El Trapezio

António Costa ganha as eleições portuguesas mais disputadas nos últimos anos

Depois do chumbo do orçamento de estado, mais de 10 milhões de portugueses foram chamados às urnas para escolher o próximo governo e a composição da Assembleia da República, que voltará a estar pintada de rosa mas dá uma nova força a direita e em especial ao Chega. Pedro Pinto, que falou pela força de André Ventura, afirmou que «não haverá governo a direita sem o Chega».

Segundo as sondagens feitas a «boca de urna», os primeiros resultados avançam com uma vitória do PS. Todas as estações de televisão dão uma vitória socialista com uma votação de 37 a 42%. Esta vitória, com vantagem, é a terceira alcançada de forma seguida pelo partido de António Costa. O primeiro-ministro, reconduzido no cargo, será convidado pelo presidente da república para formar o próximo governo português.

O PSD foi o segundo mais votado, com 30 a 35% dos votos. As restantes forças que compuseram a Geringonça nos últimos anos, o PCP e o Bloco de Esquerda, saíram penalizados. Os comunistas poderão ter 3,7% e o BE 3,56%. Para Pedro Filipe Soares, líder do grupo parlamentar do BE, estas são «más notícias». A queda dos partidos de esquerda foi penalizada devido a queda da Geringonça e a um apelo feito pelo PS ao voto útil. A Iniciativa Liberal pode alcançar os 3,09%. O fundo da tabela é ocupado pelo PAN, Livre e o CDS com 1 a 3% dos votos segundo as projeções apresentadas pelas televisões.

Partidos tradicionais foram castigados

Em relação ao CDS, partido que durante várias décadas foi um dos mais votados em Portugal, vê a sua participação parlamentar reduzida e muitos especialistas avançam que esta pode ser a última noite da liderança de Francisco Rodrigues dos Santos. Mesmo assim, o partido afirma que vai continuar a fazer uma oposição forte mesmo que este possa ser o pior resultado da sua história.

Este é um resultado melhor do que esperado e que oferece a António Costa uma nova força para governar. Este será o cenário político que os portugueses terão para os próximos 4 anos, pelo menos esta é a vontade de Marcelo Rebelo de Sousa. A ida às urnas, mesmo em plena pandemia, foi tranquila. Ao contrário, fora do país alguns portugueses queixaram-se da dificuldade que estavam a ter para exercer outro tipo de voto que não fosse o postal.

Após a contagem dos votos dos 22 círculos eleitorais, o PS saiu como o grande vencedor. Para o partido, na voz de Duarte Cordeiro, o diretor da campanha socialista esta foi uma vitória da humildade e de uma continuação no futuro. Mesmo com este resultado, a maioria absoluta não deverá acontecer pois para tal seriam necessários 115 deputados + 1 mas os primeiros resultados eleitorais abrem uma vasta possibilidade. Os 100 deputados, valor que deve ser alcançado pelo partido, não deverá levar a uma mudança de força para a direita.

Como se elegem deputados em Portugal?

Os distritos de Lisboa e do Porto são os que mais deputados dão ao parlamento, com mais de quarenta cada. Em dia de eleições o site da Assembleia da República foi hackeado. Até às 16 horas votaram 45,66% dos eleitores (o que equivale a 4,9 milhões de cidadãos), mais do que em 2019. Muitos portugueses exerceram o seu direito de voto logo pela manhã, deixando a tarde para os que estão em isolamento poderem ir votar.

A abstenção, após o encerramento das urnas, ficou nos 44%. Isto segundo as projeções avançadas pelas televisões. Nas últimas legislativas, em 2019, a taxa de abstenção foi de 51,4%. Em isolamento estão mais de 800 mil pessoas, que puderam sair num horário específico para exercer o seu direito de voto num horário em específico.

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