El Trapezio

Manifestações contra e a favor da polícia aconteceram em Lisboa numa semana marcada por distúrbios

«Sem justiça não há paz», gritaram os milhares que saíram às ruas de Lisboa. Nesta marcha, que se quer pacífica, pediu-se o fim da repressão policial e justiça. Para que Lisboa não se torne Paris, Londres ou os Estados unidos. A antiga eurodeputada Ana Gomes e o cantor Dino D’Santiago foram alguns dos presentes no Marquês de Pombal. Um abaixo-assinado junta inúmeras pessoas, incluindo a antiga ministra da justiça de António Costa, mais calma às forças políticas para não incendiarem a situação conturbada em que o país, conhecido por ser um dos mais pacatos do mundo, vive. Bem no centro da cidade, viaturas e caixotes de lixo foram queimadas.

Desde que os desacatos começaram, inúmeras pessoas já foram detidas. A polícia alertou para a presença de grupos, em ambas as manifestações, infiltrados para desestabilizar. Mais de 120 ocorrências e 40 suspeitos detidos ou identificados na última semana.Foram deixados vários recados ao governo, pedindo-se uma «vida mais justa». Muitos dos que nascem nos bairros periféricos da AML têm a nacionalidade de um país que nunca viram, o que reflete o estado de «panela de pressão» que se vive na região.

A mais populada do país mas que ainda tem bairros com «muros invisíveis» que separam a população afrodescendentes dos brancos. Desde que os desacatos começaram foram incêndios veículos, material urbano e pessoas foram feridas (uma delas com queimaduras graves). Sindicato defende salvaguarda de trabalhadores dos autocarros após ataques em Lisboa. Estes ataques até ao momento não têm colocado em causa a popularidade da cidade mas o mesmo pode mudar caso a situação continue.

Na cidade aconteceram duas manifestações, fortemente seguidas pela polícia, mas com intenções opostas: uma para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz, outra em “defesa da polícia”. Os desacatos na área da Grande Lisboa começaram após a polícia ter atirado a matar contra Odair Moniz, homem de 43 anos. Na outra manifestação, marcada pelo Chega, pede-se respeito pela polícia, pela lei e pela ordem. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, acusa a extrema-direita de usar a polícia como «carne para canhão» com fins eleitorais.

Segundo André Ventura, aqueles que marcaram presença na manifestação que organizaram demonstram que existe um outro país ao contrário daquele que a esquerda quer.

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