Depois de quase ter desaparecido, um dos mais característicos animais ibéricos está de volta ao seu habitat. Pastagens, lagos e florestas são alguns dos sítios onde é possível os encontrar. O lobo-ibérico era uma das populações de lobos mais ameaçadas de toda a Europa. Em Portugal, estima-se que existam entre 250 a 300 lobos-ibéricos. A maioria destas alcateias está a norte do Douro e está estável. No caso do sul do Douro não podemos dizer o mesmo. As populações aumentaram no Vale Carapito, Paúl de Toirões e Ermo das Águias.
Para recuperar estes animais, os projetos de recuperação ambiental têm introduzindo presas selvagens (como é o caso do porco) e promovendo a coexistência entre lobos e humanos. Os primeiros atacam as produções e os animais dos segundos que acabam por responder aos tiros e pedindo indemnizações aos governos locais pelas perdas todas. O projeto ofereceu cães de guarda e vedações aos agricultores para os proteger dos ataques dos lobos-iberifos.
«Melhorar a conetividade com outras populações em Portugal e Espanha é vital para a sua sobrevivência a longo prazo», defende Sara Aliácar, Diretora de Conservação da Rewilding Portugal.
Mas ainda há muitos desafios, especialmente no que toca com a coexistência com os seres humanos. Também é necessário uma maior interação entre as alcateias. Nos últimos seis anos, o lobo e o lince-ibérico foram recuperados. Muito graças ao projeto LIFE WolFlu, que foi implementado a sul do Douro. Este projeto, entretanto, chegou ao fim. Uma nova iniciativa promete continuar a desenvolver ações de recuperação destes animais.
A iniciativa LIFE LUPI LYNX arrancou em Janeiro de 2024 para dar continuidade ao trabalho de recuperação do lobo-ibérico e integrar esforços para a proteção do lince-ibérico. Este projeto transfronteiriço abrange a Beira Interior, em Portugal, e a província de Cáceres, em Espanha.