El Trapezio

A última sondagem antes do fim da campanha aponta para uma maioria absoluta da direita caso se junte com a Iniciativa Liberal

No último dia da campanha, os partidos realizaram as suas últimas ações a busca dos votos de quase 11 milhões de portugueses (dentro e fora das fronteiras lusas). A eleição vai acontecer no domingo, mas o voto antecipado aconteceu cerca de uma semana antes (como tem sido habitual nos últimos anos). No voto antecipado votou o próprio presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Esta votação, onde estavam inscritas cerca de 333 mil pessoas (votaram 314 mil eleitores), é vista como um «sinal muito bom» pelo presidente da república para a ida às urnas no dia 18 de Maio. Mas recusa já começar a falar do pós-eleições. Um drama de cada vez! Mas não se esqueça que no sábado não se pode falar em eleições ou fazer publicidade nos meios de comunicação.

As últimas sondagens (já que amanhã é dia de reflexão) aponta para a possibilidade da AD chegar a maioria absoluta e o PS perder quase 16 deputados. Luís Montenegro afirma não estar a pensar no tipo de maioria que poderá ter mas pede confiança para continuar a trabalhar e «rematar para fazer golo» (metáfora futebolística já que nos dois países está a decidir os campeões. Amanhã será a vez de Portugal).

Montenegro pede voto pela estabilidade e habitualmente as pessoas optam por aquilo que conhecem e não o desconhecido. Tanto o PS como a AD fizeram a habitual descida do Chiado. Onde muitos turistas viram a música e os papelinhos que ambas as comitivas deitaram como se fosse uma procissão religiosa.

Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro tiveram autênticos «banhos de multidão» no coração de Lisboa. Montenegro deixou como promessa combater a desinformação nas redes sociais. Várias contas de Tik Tok estão a ser apagadas por propagarem desinformações sobre as eleições em Portugal e há quem diga que hackers russos podem estar por detrás destas. Um estudo, publicado há poucas semanas, indica que os jovens do sexo masculino em Portugal votam cinco vezes mais em partidos de extrema (direita ou esquerda) do que as mulheres. Um destes partidos de extrema-direita, o Ergue-te (que ainda mais de extrema do que o Chega) encerrou a sua campanha no Martim Moniz passando por cima da proibição tanto da autarquia como da própria polícia que voltou a identificar o líder deste partido (e antigo juiz anti-vacinas contra a COVID-19).

A esquerda ainda acredita que é possível ganhar

Os partidos de esquerda acreditam que se os de direita chegarem a consenso para formar governo os direitos poderão ser diminuídos. A maioria absoluta da AD poderia ser alcançada com a IL.

Mesmo não fazendo parte da coligação AD nestas eleições (esta é composta pelo PSD+CDS), o Partido Popular Monárquico está disponível sentar-se a mesa com Montenegro para discutir os programas e assim formar um futuro Governo. Mesma atitude também já tomou o Chega. Mesmo com o seu líder doente e a encerrar a campanha através de videoconferência (e com um cateter na mão), o líder parlamentar, Pedro Pinto, afirmou estarem disponíveis para dialogar com a AD depois de domingo mas não com Luís Montenegro. O Chega acredita que pode governar e várias analistas políticos acreditam que Ventura está a capitalizar a sua situação de saúde para ganhar votos. Numa campanha que houve pouca política e muitos breaking news, a imigração foi um tema falado não só pelo Chega como pelo próprio Governo que já começou a mandar as primeiras cartas aos imigrantes ilegais para saírem do país.

Olhando para o lado do PS, Pedro Nuno Santos não antecipa cenários, que os seus únicos contactos tem sido com o povo mas caso consigam formar governo o seu primeiro passo será a reforma do SNS (que cada vez tem mais médico e enfermeiros de origem hispânica). Este foi um último dia em que se falou muito sobre o voto útil. «Que ninguém fique em casa!», pediu Pedro Nuno Santos (e já agora se forem a praia antes passem pelas secções de voto). O histórico socialista, Manuel Alegre, lembra que as eleições não são ganhas pelas «sondagens mas sim pelas urnas» (a eleição de Carlos Moedas para a autarquia de Lisboa é a verdade). Pedro Nuno Santos voltou a lembrar que quem atirou o país para eleições não merece ser reeleito.

Mesmo que PNS diga que ainda não fez ligações a ninguém, Rui Tavares, do Livre, diz que os socialistas ainda têm tempo de dizer «sim» ao seu partido para que seja possível um Governo de esquerda. Mariana Mortágua apelou ao voto dos indecisos e quer “máximo de deputados possível” (tal como tiveram na altura da Geringonça). Acredita que a campanha foi positiva. Passando para a CDU, Joacine Katar Moreira (que chegou a ser deputada pelo Livre) apelou ao voto nos comunistas pois «tem gente muito capaz».

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