A partir da próxima quarta-feira, a feira de arte contemporânea ARCOmadrid regressa à capital espanhola para a sua 43.ª edição, nos pavilhões 7 e 9 da IFEMA. À semelhança do ano passado, o certame volta a ter uma presença forte da arte latino-americana, este ano com o foco na relação artística com o mar das Caraíbas, dedicando os três primeiros dias exclusivamente a profissionais.
Paralelamente ao programa geral, a ARCOmadrid 2024 contará com as habituais três secções comissariadas. La orilla, la marea, la corriente: un Caribe oceánico é o título e mote de investigação para a secção principal, comissariada por Carla Acevedo-Yates (Porto Rico) e Sara Hermann Morera (República Dominicana). Segundo o texto curatorial, a proposta deste espaço é tratar as Caraíbas como um oceano e não como um mar, refutando “a sua condição insular, fragmentada e desconectada para aproximar-se à sua dimensão continental e reticular”.
O já habitual espaço Nunca lo mismo, destinado à promoção da arte latino-americana, continua a sua missão de investigar a diversidade de formas, práticas e sensibilidades artísticas desta região do globo. Este ano, a curadoria de José Esparza Chong Cuy (México) e Manuela Moscoso (Equador) resultou num conjunto de artistas do Brasil, Colômbia, Argentina, Perú, México e Guatemala que desafiam “ativamente as perspetivas eurocêntricas e simplistas”, questionando identidades de género – “tradicionalmente entendidas em termos binários e normativos” – e explorando “as visões do mundo indígena” segundo uma abordagem contemporânea.
A fechar a programação artística deste ano estão os Projetos de Artista, desenhados especialmente para a feira. Entre os trabalhos estão as propostas dos portugueses Gabriel Abrantes, representado pela galeria Francisco Fino, e Mónica de Miranda, pela Carlos Carvalho Arte Contemporânea. A autora do projeto A Ilha sublinhou ao EL TRAPEZIO a importância da presença na ARCOmadrid “porque permite o aprofundamento do conhecimento da obra dos artistas e o foco em questões específicas no campo curatorial”. Sobre o objetivo da sua participação, Mónica de Miranda destaca “a visibilidade tanto no circuito artístico espanhol” como da América-Latina, contribuindo para “dar maior visibilidade à representação de Portugal na Bienal de Veneza no contexto de um constante diálogo entre Portugal e Espanha”.
Além das propostas artísticas, haverá ainda diversas iniciativas para fomentar o colecionismo, entre elas um programa de compradores internacionais e a atribuição de prémios, bem como vários fóruns dedicados ao debate sobre os temas em destaque na edição.
Fotos do trabalho de Mónica de Miranda.