Desde a última sexta-feira, 28 de julho, e até ao próximo domingo, a freguesia de Leça da Palmeira acolhe mais um Festarte – Festival Internacional de Artes e Tradições Populares de Matosinhos, integrado nas Festas de Sant’Ana. A 24.ª edição volta a promover a divulgação do folclore mundial e “do património imaterial dos países que [o] visitam”, diz a presidente do Rancho Típico da Amorosa, organizador do evento, Ana Isabel Faria.
Daí a miscelânea de países e regiões que compõem a programação: desde o leste europeu (Eslováquia, Lituânia, Sérvia e Hungria) ao continente africano (Argélia e Burundi), passando pelo folclore nacional de várias latitudes (Alto Minho, Beira Alta, Bairrada) e pela região latino-americana (Perú e México).
Das duas últimas delegações, Ana Isabel Faria destaca a “alegria” das cores, o “sorriso” e a “sonoridade bem divertida” que trazem e que “embeleza” o festival. Uma ponte “importante”, nas suas palavras, mas que “não se sobrepõe” às restantes relações que o evento estabelece.
A seleção de grupos resultou de um “período de candidaturas espontâneas”, muito concorrido por agrupações que “procuram atuar em Portugal” ou fazer uma “tour europeia”. Ainda assim, a organização resolveu fazer também convites diretos – “porque já conhecemos o grupo ou este foi-nos recomendado”, explica – o que aconteceu com a delegação mexicana.
Embora as delegações sul-americanas já tenham mostrado o seu trabalho nos primeiros dias do festival, é possível ainda ver mais atuações dos dois grupos do Perú nos dias 2, 3, 5 e 6.
A “amizade” no folclore ibérico
Além disso, é recorrente a deslocação do Rancho Típico da Amorosa ao país vizinho, “a convite de organizações amigas”, afirma Ana Isabel Faria. Em breve, o grupo marcará presença num festival “em Zamora”, e aguarda já outras participações internacionais.
Não obstante a “proximidade” entre as duas tradições ibéricas, a responsável admite que o folclore português, de uma forma geral, “está a trilhar um caminho de autenticidade, de muita recolha e estudo”, o que não descura a vertente de “espetáculo”. Mesmo assim, considera que há ainda muito por fazer, nomeadamente ao nível dos “apoios” estatais, que “não chegam” para levar convenientemente a cabo o trabalho “mais importante”: a difusão do folclore português além-fronteiras.