Para celebrar o 42.º aniversário, a feira internacional de arte contemporânea ARCOmadrid traz aos pavilhões 7 e 9 da IFEMA, na capital espanhola, uma seleção de 211 galerias nacionais e internacionais. O Mediterrâneo é o tema central de uma edição que, desde esta quarta-feira até ao próximo domingo, pretende mostrar as vanguardas históricas, os clássicos contemporâneos e a arte atual.
El Mediterráneo: Un Mar Redondo é o mote escolhido para a secção central da feira. A mostra de 19 galerias, representando artistas do espaço mediterrânico, tem a ambição de “mobilizar as relações” entre os países desta região a fim de “alcançar um ponto de encontro”, de acordo com o comunicado da organização. Uma exposição comissariada por Marina Fokidis, com a ajuda dos assessores Bouchra Khalili, Hila Peleg e Pedro G. Romero.
No espaço Nunca lo mismo. Arte Latinoamericano, o objetivo é reforçar a colaboração entre os artistas e galerias vindas da América Latina. A secção, comissariada por Manuela Moscoso e Mariano Mayer, conta com obras de 13 artistas da região, representados por galerias também locais à exceção de duas. A alemã Max Meyer, com o argentino Nicolás Guagnini, e a portuguesa Madragoa, que leva à exposição o equatoriano Adrián Balseca.
Uma feira internacional para aproximar agentes e artistas
A completar a programação geral estão os Proyectos de Artista, em que 22 galerias apresentam 20 projetos artísticos especialmente desenhados para os espaços da feira. A portuguesa Adriana Proganó, pela galeria 3+1 Arte Contemporânea, é uma das criadoras que faz parte desta exibição através de duas instalações, Paintings stealing paintings e Hide and seek.
Além desta programação artística mais abrangente, a ARCOmadrid conta também com uma série de iniciativas paralelas com vista ao encontro da comunidade artística internacional e do público em geral. As sessões de discussão entre especialistas e os encontros profissionais, que incluem participantes ibero-americanos, são algumas dessas propostas alternativas na presente edição. Bem como as exposições em vários locais de Madrid, entre as quais está A Desordem Necessária, dedicada à escritora e política Natália Correia e promovida pela Embaixada de Portugal em Espanha.
Outro destes eventos paralelos é a ArtsLibris que, na sua oitava edição, se estabelece como um “lugar de referência” para o mundo da edição em torno da arte: publicações de artista, autoedição e fotolivros. São 67 expositores espanhóis e estrangeiros, entre os quais se contam duas editoras sediadas em Lisboa: a Sud Sud e a Urucum.
Para Lucia Bertazzo, responsável pela Urucum, a participação nesta atividade é já uma aposta ganha. “É a terceira vez que participamos e o resultado tem sido positivo. Tivemos obras compradas pelo [museu] Reina Sofia e conhecemos uma série de colecionadores”. Este ano, quer continuar ao lado de quem aprecia as artes gráficas, e elogia quem as sabe trabalhar. “Espanha tem editoras de livros de artista fantásticas. Sem dúvida, das melhores do mundo”.