El Trapezio

Luís Montenegro avança para moção de confiança ao Governo depois de escândalo sobre empresa familiar

Após meios de comunicação apresentaram o passado profissional de Luís Montenegro, o atual primeiro-ministro de Portugal e líder do PSD deu uma conferência de imprensa, rodeado pelos seus principais ministros (incluindo Paulo Rangel) e sem direito a questões, onde admitiu que tinha duas empresas a seu nome.

Um escritório de advogados (entretanto já fechado) e uma empresa de gestão que tem com a mulher e os dois filhos. Esta empresa já preparou serviços para a Solverde (gestora de casinos) e a Rádio Popular. Na empresa de Montenegro, que apresentou os funcionários e negócios feitos, trabalha a mulher de um dos deputados do PSD e um dos atuais secretários de Estado pagou uma avença ao escritório de advogados de Luís Montenegro enquanto era autarca. São vários os casos que podem ser levantados e que apontam o clima de «corrupção» que os portugueses acreditam que se vive no mundo da política. Esta é a mais recente crise de um «mar» que nos trouxe José Sócrates, a queda de António Costa ou tudo o que aconteceu recentemente no seio do Chega.

Desde que o profissional de Montenegro saiu a «luz», há cerca de 15 dias, foram realizadas duas Cimeiras, uma com o Brasil e outra com a França, que muito se falou sobre esse tema. Montenegro lamento que se deixe de lado os bons resultados que o país tem tido (Portugal deverá ser um dos países europeus com melhor desempenho econômico, ao lado de Espanha, até ao fim deste ano) e afirmou que vai passar essa empresa para os filhos. Algo que deveria ter feito logo de início. Podemos fazer comparações com o que aconteceu com a mulher de Pedro Sánchez, que teve ganhos económicos com a vida política do marido.

No caso da família Montenegro, que é PM há pouco mais de um ano, ainda não se sabe muito bem sobre os ganhos tidos mas o escândalo «rebentou» depois de se ter aprovado a lei dos solos, que vai permitir construir em solos rústicos. O que vai aumentar o preço dos terrenos. A notícia aqui é que várias pessoas ligadas a Luís Montenegro também têm interesses no imobiliário. Pode não haver ligação entre os vários factos mas também pode. O que traz sempre suspeição sobre todos os envolvidos (especialmente aqueles que têm um papel político). Pedro Nuno Santos defende que os políticos devem ser «transparentes». A pressão da oposição sobre o Governo tem sido cada vez maior e espera-se qual será a atitude de Marcelo Rebelo de Sousa, que não se deve querer envolver muito estando já no fim da sua presidência.

O político também afirmou ter muito orgulho nos filhos, lamentou que estejamos a caminhar para ter «políticos sem passado» e admitiu moção de confiança se oposição não clarificar condições do Governo. Na declaração prestada ao país, Luís Montenegro só faltou escrever uma carta à cidadania a lembrar o amor que tem pela mulher e os filhos. Antes da declaração ao país houve um Conselho de Ministros extraordinário. Luís Montenegro considera que no seu passado não cometeu nenhum crime ou teve falhas de ética.

Mesmo Governo que «sobreviveu» a uma moção de censura levada ao Parlamento pelo Chega há pouco mais de uma semana. Haverá uma nova moção de censura, que será apresentada pelo PCP e deverá ser votada a favor pelo Chega. PS vai chumbar eventual moção de confiança do Governo e também moção de censura do PCP, segundo Jornal de Negócios. O Chega, em princípio, vai apoiar.

Luís Montenegro exige que PS valide Governo, caso contrário apresenta moção de confiança, que teria que ser votada na Assembleia da República, onde tem a maioria por apenas um deputado. Para a moção de confiança passar (e o Governo não cair) um dos dois principais partidos, o PS ou o Chega, teria que votar a favor da coligação PSD+CDS. Ou senão o país avançaria para eleições (tal como aconteceu quando Pedro Sánchez convocou as últimas eleições para se reforçar politicamente).

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