El Trapezio

Palácio Palhavã abriu as suas portas para receber dois dos principais artistas espanhóis da atualidade

A Arco Lisboa não aconteceu apenas dentro da Cordoaria Nacional. A arte contemporânea esteve presente um pouco por toda a cidade e a residência da embaixadora de Espanha não foi exceção. O Palácio Palhavã, bem no centro da praça de Espanha, abriu as suas portas a todos os amantes de arte. O palácio recebeu dois projetos especiais relacionados com a Arco.

Nas cavalariças, a galeria Alarcón Criado apresentou La Posada, de Pedro G. Romero. A partir dos cavalos e da sua forma particular de olharem, Romero criou este projeto que antes de chegar a Lisboa já esteve em Sevilha e Barcelona. A instalação que podia ser vista nas cavalariças transmitiu pequenos vídeos gravados no Cazaquistão e que para além de mostrar a ligação que os cavalos têm com os ciganos, que os levaram um pouco para toda a Europa, também tem uma base musical bem forte ligada ao flamenco. Para o artista, o flamenco pode ser um ponto de partida para refletir sobre a história. Uma história que pode ser contada pela música, pela dança, palavra ou pela imagem. Se num lado das lonas foi projetado este vídeo, no outro havia impressões a escala real de dois cavalos. Um branco e outro negro. Podemos pensar que um é Lusitano e outro Andaluz, os puros sangues e cavalgam pelas planícies ibéricas desde o início dos tempos.

No outro lado das cavalariças esteve patente um projeto da autoria de Agustín Ibarrola, artista pertencente a galeria José de la Mano. Ibarrola é considerado um dos artistas fundamentais para compreender a evolução da arte feita no País Basco durante a segunda metade do século XX. Nas paredes deste espaço era possível ver vários quadros, de várias dimensões, com uma clara marca geométrica e com uma predominância das cores mais neutras. Nestas obras estão presentes oposições do cheio-vazio ou do negativo-positivo. No pátio da residência oficial, local rodeado por estátuas de estilo barroco, estavam colocadas quatro travessas dos caminhos-de-ferro que foram intervencionadas pelo artista. Estes pedaços de madeira pareciam tótens.

Para além da arte, os visitantes ficaram encantados com o jardim, pintado de lilás graças às pétalas caídas no chão, como com a imponência do edifício que os recebia.

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