Já se sabem as nacionalidades dos 16 mortos no acidente do Elevador da Glória. Cinco são portugueses (quatro trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa), três britânicos, dois da Coreia do sul e países como a Ucrânia ou a França também têm mortos a lamentar. A diplomacia está em campo para levar estas pessoas de volta aos seus países.
Já foram realizadas duas missas em memória das vítimas. O primeiro funeral será feito já amanhã. Na primeira participaram vários embaixadores e os herdeiros da coroa portuguesa (D. Duarte e D. Afonso de Bragança). Depois das missas, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro deslocam-se ao local do acidente para depositarem flores.
Existem linhas ativas não só para dar informações às autoridades e a companhia de seguros já se demonstra disponível para pagar as indenizações necessárias a estas vítimas. O presidente de Moçambique, Daniel Chapo, manifestou o seu «profundo pesar» a Marcelo Rebelo de Sousa por aquilo que aconteceu. O mesmo fez o líder do Governo de Macau.
Mesmo depois de Luís Montenegro e Carlos Moedas terem pedido para que não se façam aproveitamentos políticos da tragédia, o Chega acaba de anunciar uma moção de censura ao presidente da autarquia de Lisboa. A próxima reunião da Assembleia Municipal de Lisboa terá como tema único a queda do Elevador da Glória. Mesmo já tendo saído da política, Pedro Nuno Santos aponta culpas a Carlos Moedas. O autarca social-democrata é acusado de desviar 4 milhões de euros da Carris para a edição deste ano da Web Summit. Moedas nega e diz que o investimento na Carris tem subido «significativamente». Alguns analistas políticos acreditam que a reeleição de Carlos Moedas pode estar em perigo se for possível provar que houve descuido na manutenção. Isto porque a Carris é uma empresa gerida pelo município de Lisboa (em conjunto dos outros da Área Metropolitana de Lisboa).
O elevador das «glórias» caiu mas deixa as suas histórias
O Elevador da Glória chegou a dar origem a uma música da conhecida banda portuguesa Rádio Macau. Este elevador esteve presente na vida de Lisboa nos últimos 140 e os lisboetas esperam que um dia volte da forma como seja, mas que as responsabilidades sejam apuradas. A PJ (Polícia Judiciária) não tem indícios de sabotagem no descarrilamento do Elevador da Glória depois das primeiras investigações.
A Carris tem as suas histórias dadas a uma empresa privada mas as mesmas passaram de 24 horas todos os dias para apenas trinta minutos. O ascensor amarelo (não se sabe quando e se voltará) parou e como tal um pouco do pulsar da cidade das sete colinas. Os destroços da composição do Elevador da Glória já foram retirados do local do acidente, a estrada vai ser arranjada e a vida vai voltar ao «normal» na Calçada da Glória. Onde continuam a parar muitos lisboetas e turistas em choque com o vazio que ficou. Uma notícia que tem sido dada em várias línguas.
Estamos a pouco mais de um mês das autárquicas e a principal opositora de Carlos Moedas, a socialista Alexandra Leitão, não pede a demissão de Carlos Moedas mas lamenta que as declarações que prestou não tenham sido seguidas de perguntas por parte dos jornalistas presentes. Isto depois do próprio Moedas ter dito que «os lisboetas exigem respostas». André Ventura também lembrou a reação de Carlos Moedas em 2021, quando este pediu a demissão de Fernando Medina por causa da transmissão de dados à embaixada russa. Este acidente já está a ser comparado a queda da ponte de Entre-os-Rios. Na altura, o ministro responsável pelas infraestruturas apresentou a sua demissão quase de imediato.
Uma das histórias que estava mais a comover era a de um menino de três anos, alemão, que teria ficado órfão de pai e a mãe estava ferida com gravidade. Quarenta e horas depois do acidente, os noticiários fecharam com a informação de que afinal o pai do menino estava vivo e internado num dos hospitais de Lisboa. Parte dos feridos, incluindo dois cidadãos espanhóis, já tiveram alta.

