El Trapezio

Portugal começa a votar antecipadamente para escolher quem vai estar a frente do próximo Governo

Começou a votação antecipada e um dos nomes que já exerceu o seu direito de voto foi o ainda presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Este votou antecipadamente pois no dia 18 vai participar na missa inaugural do Papa Leão XIV. Saído da mesa de voto, Marcelo apelou ao voto (para que a abstenção não continue a crescer) e afirmou que «não pode haver eleições nos próximos 12 meses». Carlos César, presidente do Governo regional dos Açores, também votou de forma antecipada.

Um dos locais onde se votou foi a Cidade Universitária, em Lisboa, que se encheu mas todo o processo foi vivido sem filas. Mais de 333 mil eleitores podem votar este domingo em todo o país.

Portugal foi a eleições legislativas há pouco mais de um ano e neste ano ainda terá as autárquicas. Ainda sobre o voto antecipado, a porta-voz do PAN olha para a chamada antecipada às urnas como um «puxão de orelhas a instabilidade». Já do lado do Livre, Rui Tavares, respondeu a história do farol e acusou Montenegro de ser «fraco farol» e estar «desorientado na sua bússola moral».

O que a bússola indica para as eleições?

No dia em que se vota antecipadamente, já que as legislativas vão ser no próximo dia 18 de Maio, Luís Montenegro, o líder do PSD e atual primeiro-ministro, defendeu que a estabilidade política em Portugal faz a diferença numa Europa e num mundo cada vez mais fragmentado. As eleições ainda não aconteceram mas já se começa a falar sobre futuras coligações e Montenegro vê o IL como um bom companheiro mas sem nunca esquecer o CDS (com quem faz a AD). Luís Montenegro comparou a sua campanha aquele que Francisco Sá Carneiro fez no passado com o objetivo de unir o país para uma maioria maior. As sondagens dão a AD a ganhar com cerca de 33% dos votos. Durante a campanha, em que já fez um pouco de tudo (incluindo praticar desportos), Luís Montenegro encontrou a mulher que ia em peregrinação a Fátima.

Em resposta, Pedro Nuno Santos, do PS, lembrou que os socialistas em momentos de crise nunca falharam ao país, ao contrário da AD (a memória do apagão ainda paira sobre o Governo de direita em comparação com a pandemia de COVID-19). Também disse que falta «realismo a Montenegro» e apelou ao voto daqueles que não querem ver a direita no Governo. Várias figuras de destaque do PS, tal como João Soares, não fazem parte das listas. António Costa virá ao país votar, como já anunciou. No dia das Mães, no México e em outros países hispânicos, Pedro Nuno Santos disse que quer valorizar as mulheres. A lei diz que nas listas deve haver até 30% de mulheres mas só temos duas líderes partidárias, Inês de Sousa Real (PAN) e Joana Mortágua (Bloco de Esquerda).

A campanha do PCP, que também passou por Sesimbra (incluindo a do Chega), viu o nome forte a se juntar. Jerónimo de Sousa, o antigo secretário-geral do partido e que fez parte da Geringonça ao lado de António Costa e Catarina Martins pediu «coragem» aos eleitores. A campanha do Chega tem sido marcada por distúrbios, quer seja com grupos com outras preferências políticas ou membros da etnia cigana (um dos principais alvos de ataque deste partido), e André Ventura agradeceu  a intervenção das forças policiais nesta situação. Ventura afirma que quer «vencer» e não ser uma muleta dos outros.

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