Em 2024, as energias renováveis e nucleares representaram 82% da eletricidade gerada em Portugal e Espanha. Este valor aumentou se o compararmos com o ano anterior. Os dois países são vistos como um exemplo na produção de energia tanto a nível solar como eólico.
Foi há quatro anos que Portugal fechou a sua última central a carvão e desde então tem tido vários dias em que tem vivido completamente com eletricidade apenas produzida usando energias renováveis. Mesmo havendo cada vez mais eletricidade produzida através das renováveis, as contas continuam a aumentar em vez de diminuir. A aposta ibérica nas renováveis é cada vez mais evidente.
Também existe eletricidade que é importada de Espanha e 10% é alcançada usando energias fósseis vindas da Argélia ou da Rússia. Já em Espanha, no último ano, metade da sua eletricidade foi produzida através de energias limpas.
O nuclear é responsável por 20,8% da produção desta eletricidade. O Governo espanhol tem feito pressão para que a central nuclear de Almaraz, que fica a pouco mais de 100 quilómetros de Portugal e ajuda a impulsionar a economia da Extremadura, continue a funcionar apesar do seu encerramento estar marcado para 2028. Para o líder do PP, Feijóo, Almaraz é essencial para a soberania energética de Espanha. Será que o fecho das centrais nucleares em Espanha pode afetar Portugal de alguma forma?
As centrais a carvão no país vizinho também encerraram como neste lado da fronteira. O futuro energético da península ibérica caminha para um modelo sustentável. A combinação destas duas energias é responsável por 46,4% da energia renovável produzida no último ano no território ibérico. Nenhuma das principais economias mundiais se aproxima do nível alcançado pelos dois países neste setor. Portugal e Espanha funcionam como «ilhas energéticas», como vemos no Mibel, em relação ao resto da Europa. Tanto Portugal como Espanha pagam 16% menos do que a média do resto da Europa na fatura da eletricidade do fim do mês. O que supera todas as expetativas já tidas em relação a transição energética e a produção de energias limpas (onde também entra o nuclear). A nível mundial, espera-se que nos próximos cinco anos as renováveis satisfaçam metade da procura de eletricidade.