El Trapezio

Festas de Campo Maior classificadas como Património Imaterial da UNESCO

O mundo tem 9 novos patrimónios culturais imateriais. Desta lista da UNESCO, onde se destacam várias formas de «património vivo», temos como novas entradas uma forma de dança do Panamá, festas na Venezuela e na Bolívia, as cerâmicas dos indígenas do Peru e as Festas do Povo de Campo Maior.

As Festas de Campo Maior, bem enraizadas na raia, são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas com milhares de flores de papel feitas pela população. A vila alentejana recebeu estas seculares festas pela última vez em 2015 (estas só acontecem quando o povo quer) e a tradição manda que os mais velhos ensinem aos mais novos a tradicional arte de criar as flores de papel. Esta prática não é exclusiva de Campo Maior mas o trabalho complexo que os seus habitantes têm durante todo o ano fez com que as festas ficassem conhecidas internacionalmente. O anúncio desta entrada para a lista da UNESCO foi festejado pela população ao som da pandeireta e das castanholas.

O reconhecimento dado pela UNESCO foi felicitado pelo primeiro-ministro. «Campo Maior e o Alentejo estão de parabéns! As Festas do Povo de Campo Maior são Património Cultural Imaterial da Humanidade. Merecido reconhecimento internacional para uma tradição que mantém vivo o espírito comunitário entre a população local», escreveu António Costa no Twitter. O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Vítor Silva, também manifestou a sua satisfação e acredita que em Fevereiro seja possível fazer uma «comemoração em condições» desta classificação.

Panamá, Venezuela, Bolívia e Peru entram na lista da UNESCO.

O Panamá entra com as danças de Corpus Christi na lista de patrimónios culturais imateriais da humanidade. Esta festa, que acontece 62 dias após a quinta-feira Santa, provém da época colonial e apresenta 30 tipos de dança. Estas são acompanhadas pelo som de tambores, castanholas e apitos. Este baile de máscaras diabólicas e coloridas agora são protegidas pela UNESCO.

As festas de San Juan Bautista, realizadas na Venezuela há 300 anos, são uma das novas entradas. Estas festividades têm como dias mais importantes o 23 e 24 de Junho mas logo a partir de Maio as comunidades enchem-se de batuques, danças, histórias, canções e procissões com a estátua do santo que é baptizado no rio local. No sul da Bolívia homenageia-se São Roque no grande Festival de Tarija. Neste festival, que acontece desde os tempos coloniais entre Agosto e Setembro, de devotos percorrem as ruas com trajes coloridos e enormes chapéus cilíndricos decorados com penas e bijuterias. A fé é expressada pela dança, música e orações. Este evento distingue-se por não servir bebidas alcoólicas.

A cerâmica dos indígenas awajún, que vivem na parte peruana da Amazônia, é reconhecida pela UNESCO pois este é um elemento bastante significativo para as 83 mil pessoas que fazem parte deste povo ancestral. Esta olaria, preservada pelas mulheres, é decorada com padrões geométricos inspirados em elementos da natureza. Estes objetos servem para expressar a personalidade do indivíduo que as possuem.

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