Já a partir da próxima terça-feira, o ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo instala-se nas Caldas da Rainha para dar destaque às melhores produções audiovisuais de turismo realizadas em Portugal e no mundo. Nesta 16.ª edição, para além de conversas e sessões fílmicas, o cinema turístico da região ibero-americana encontra um espaço que lhe é dedicado no dia 25 à tarde, com a exibição de oito filmes realizados em Portugal, Espanha, Perú e Paraguai.
O evento contará este ano com “mais de 150 participantes, oriundos de mais de 20 países, e um número surpreendentemente elevado de participantes de fora da Europa: da América do Sul, África e Ásia”, adianta o fundador e diretor do festival, Francisco Dias. Uma diversidade vertida também na programação que, entre outros momentos, inclui uma mostra de filmes brasileiros “em parceria com a empresa Conteúdos Brasil” e a exposição ART&TUR na Cultura Ameríndia sobre a cultura Kuna, povo indígena do Panamá e da Colômbia.
A exposição, apresentada pelo antropólogo panamiano Cebaldo de León, surge do convite feito pela organização a partir do filme colombiano Güegui, latidos del pueblo Gunadule, que retrata os “têxteis extraordinários” elaborados pelo mesmo povo nativo Kuna, chamados molas. “Sentimos um elevado interesse dos órgãos de comunicação social de vários países sul-americanos” pelo evento, salienta Francisco Dias, “principalmente do Chile, da Argentina, do Paraguai e, mais recentemente, do Brasil”.
A relação do Festival ART&TUR com Espanha e os países ibero-americanos, no entanto, “tem sido permanente desde a primeira edição”, garante, “mas não tão intensa quando desejaríamos”. Exemplo disso é a coleção elevada de “bons filmes” provenientes do país vizinho todos os anos, enquanto ainda não foi possível “descolar verdadeiramente” em relação à participação de países da América Central e do Sul no certame. “Foi por essa razão”, conclui o responsável, “que este ano decidimos apostar fortemente na divulgação da call for films na América Latina”, resultando num “incremento” do número de notícias sobre o festival e, também, da presença desses países nesta edição.
A par da mostra fílmica, há também um concurso em que os filmes podem participar enquanto filmes promocionais ou documentários e reportagens de televisão. Têm, para isso, de apresentar como tema as “Artes & Criatividade”, a “Música & Dança”, “Cultura & Património”, “Destinos Turísticos”, “Produtos Turísticos”, “Serviços Turísticos”, “Aventura & Expedições”, “Desporto & Lazer”, “Ambiente & Ecologia”, “Sustentabilidade em Turismo” ou, ainda, “Inovação em Turismo”. O vencedor do prémio da edição será conhecido no último dia (27) às 17 horas.
O ART&TUR ruma então esta semana às Caldas da Rainha, cidade termal no Centro de Portugal. Uma região que, desde 2018, tem-no acolhido sempre pelo protocolo entre a organizadora, a Centro de Portugal Film Commission, e o “principal parceiro e patrocinador” do evento, a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal. Caldas da Rainha é, por isso, “uma opção natural”, nas palavras de Francisco Dias, dada a “aposta” que a cidade tem feito na sua “criatividade, património, cultura e nas artes populares”. Se há anos em que são as próprias cidades a pedirem para receber o festival, este ano foi ao contrário: “nós, direção do festival, é que nos lembrámos de perguntar ao município se gostaria de nos acolher”, revela.
Em anos anteriores, o festival ART&TUR realizou-se em Barcelos desde a sua primeira edição, em 2008, até 2013. A cidade do Porto acolheu a sétima edição, em 2014, passando para o outro lado do rio Douro, em Vila Nova de Gaia, de 2015 a 2017. A partir da edição de 2018, o festival tem-se realizado sempre na região Centro, primeiro em Leiria, depois em Torres Vedras (2019), Viseu (2020), Aveiro (2021) e, finalmente, Ourém (2022).
