O presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, participou nas comemorações dos 40 anos da Mesquita Central de Lisboa. Esta mesquita, que fica perto da Embaixada de Espanha, pode ser visitada e é gerida pelo Sheik David Munir, que nasceu em Moçambique durante o período colonial. O Sheik é reconhecido pela sua interpretação moderada do islão e esteve presente em vários momentos marcantes da sociedade portuguesa, desde a pandemia de COVID-19 até a Jornada Mundial da Juventude onde esteve reunido com o Papa Francisco.
No seu discurso, o chefe de estado destacou a «herança islâmica» que Portugal tem, desde o Al-Andalus, e afirmou que o país foi grande quando conseguiu respeitar o seu espírito ecuménico. Para além de Marcelo, estiveram presentes nestas comemorações membros do governo e de outras crenças religiosas. O presidente da República terminou a sua intervenção com um cumprimento islâmico, falando em árabe, que depois repetiu em português: “que a paz e a bênção de Deus estejam convosco”.
Os árabes deixaram-nos muita coisa, desde a gastronomia, palavras ou alguns dos instrumentos que tornaram possível o feito dos Descobrimentos. Mesmo nos primeiros séculos da existência do reino, as diferentes comunidades conviviam em paz e quem anda em cidades como Lisboa pode encontrar bairros árabes, como é o caso da Mouraria. Em Portugal, existem de 30.000 a 100.000 pessoas que seguem esta religião.
Angola e condecorações pela vitória na Liga das Nações
A participação de Marcelo Rebelo de Sousa na sessão solene dos 40 anos da Mesquita Central de Lisboa aconteceu depois do chefe de estado ter estado em Angola e os cinquenta anos da independência daquele país ainda estão a dar que falar. E muito por causa das declarações do candidato presidencial e líder do Chega, André Ventura, que disse que os problemas do país se devem a corrupção existente em Angola e não por causa do período colonial português.
Marcelo nega tensões com Angola. Foi um deputado do partido Chega quem discursou em Luanda em nome dos parlamentares portugueses. Mas houve uma resposta, em direto, em plena televisão pública de Angola (TPA) por parte de um dos seus pivos. O Chega já anunciou que vai apresentar um voto de condenação ao presidente angolano, João Lourenço, pelo discurso que fez nas cerimónias dos 50 anos de independência.
A semana de Marcelo Rebelo de Sousa terminou, ao lado de Luís Montenegro, no estádio do Dragão (Porto), onde viu o apuramento da seleção portuguesa de futebol para o Mundial de 2026. Depois de uma vitória de 9-1, contra a Arménia, os dois políticos condecoraram a equipa e o seu selecionador, Roberto Martínez, pela vitória na Liga das Nações.

