El Trapezio

Classificadas as obras de coleção Miró como bens de interesse público

O estado português classificou 85 trabalhos da autoria de Juan Miró e provenientes da coleção do antigo Banco Português de Negócios (ex-BPN), depositados na Fundação de Serralves, no Porto.

Este diploma destaca o «conjunto heterogéneo de criações realizadas ao longo de seis décadas, com recurso a diversos materiais, técnicas e suportes, incluindo, entre outros, óleos, aquarelas, desenhos, colagens e peças escultóricas, representando uma extensa e variada amostragem da obra do artista catalão».

Esta classificação engloba tanto as obras mais notáveis, « como ‘A Bailarina’ (1924), ‘La Fornarina’ (1929), ‘Signos e Figurações’ (1935), ‘Canto dos Pássaros de Outono’ (1937), ‘Mulher e Pássaro’ (1959), ‘Personagens e Pássaros na Noite’ (1963), ou, por exemplo, a série de tecelagens (Sobreteixins) de 1972-73, mas igualmente as restantes obras, incluindo aquelas de menor relevo, que contribuem para uma melhor compreensão das ligações entre períodos artísticos na obra de Joan Miró».

Esta proposta de classificação da coleção ao Governo foi feita pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), no passado mês de fevereiro, sustentando que as obras que a compõem «possuem indubitavelmente grande qualidade e valor artístico».

A proposta apresentada surgiu mais de um ano após a abertura do processo de classificação, que aconteceu num anúncio datado de 17 de janeiro de 2019, e foi apresentada, nas últimas semanas de gestão da anterior diretora-geral Paula Silva, entretanto sucedida pelo gestor Bernardo Alabaça.

Estas obras vão ser acolhidas pela Fundação Serralves, que vai ser alvo de obras de conservação e ampliação. A autarquia do Porto comprometeu-se a um pagamento anual de 100 mil euros à Fundação de Serralves, pelo prazo de 25 anos, para que a coleção seja protegida e promovida nacional e internacionalmente.

A Fundação de Serralves tem realizado várias exposições com as 85 obras de Miró, desde que a coleção lhe foi entregue, a mais recente das quais «Joan Miró e a Linguagem dos Signos», em Nápoles, que encerrou em 23 de fevereiro.

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