História foi feita em Montevidéu, no Uruguai. Neste país houve uma reunião dos líderes da UE e do Mercosul. Com Von Der Leyen na América latina, para marcar o arranque do seu segundo mandato, a UE e o Mercosul chegaram a um acordo que o procuravam há mais de duas décadas. O último passo foi dado. O anúncio feito primeiramente pelas redes sociais já foi oficialmente confirmado. O acordo terá ainda de ser ratificado pelos Estados-membros, podendo esse processo ser mais longo devido às resistências de vários estados europeus.
No lado americano, a Argentina era um dos que olhava de soslaio, mas Javier Milei foi um dos presentes no Uruguai. Desta forma criou-se a maior parceria comercial do mundo. Estamos a falar de um mercado que conta com 700 milhões de consumidores, o que é quase 10% do mercado mundial.
Esta será uma zona de comércio livre. Indo contra medidas protecionistas como aquelas que Trump pretende colocar nos bens transaccionados com o Canadá ou o México. O Mercosul vai, desta forma, poder transacionar bens e serviços, sobretudo agro-pecuários, para o território europeu.
Neste momento, os bens transaccionados entre a Europa e a América do sul têm elevadas taxas, o aue aumenta os seus preços. No caso das empresas portuguesas que exportem vinho para o mercado americano, estas deixaram de ter uma taxa de 27% associada ao preço final.
Este acordo deverá ajudar a aumentar o PIB de vários países, incluindo o Brasil que deverá ganhar mais 0,5%, segundo estimativas. Atualmente, 30 mil empresas exportam para a América do sul mas com este acordo a tendência é que o número aumente.
Para Úrsula Von der Leyen, apesar de França ter sido uma das principais vozes contrárias (e já anunciou que vai lutar «em todas as fases» contra este acordo), esta é uma «vitória para a Europa». Também focou que «este acordo não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política”.
Também intervindo na ocasião, o Presidente uruguaio, Luis Pou, em representação de todos os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), salientando a importância de se ter chegado a um acordo. Este também já foi saudado por António Costa, o novo presidente do conselho europeu, que considera que esta é uma «conquista importante». O primeiro-ministro português Luís Montenegro defendeu que «temos que avançar rapidamente com a criação da maior zona de comércio livre do mundo, com 700 milhões de consumidores, criando oportunidades para os nossos cidadãos e empresas».
Os padrões climáticos (a proteção da Amazónia foi um dos pedidos dos europeus), alimentares e de saúde são algumas das linhas vermelhas que foram colocadas para se chegar a um acordo formal.