Dia da Hispanidade relembra a chegada de Colombo ao continente americano

Comparte el artículo:

Numa semana em que muito aconteceu tanto em Portugal, onde muito se falou sobre os auriculares dos jornalistas, como num mundo que conheceu o seu novo prémio Nobel da Paz (Guterres era um dos nomes mais fortes), Espanha celebrou o seu Dia Nacional. Marcado pela chuva, as câmaras da RTVE mostravam as gotas de água, mas podemos puxar para aqui a máxima de «casamento molhado, casamento abençoado».

Se Portugal tem o seu feriado nacional inspirado na figura Camões, o de Espanha tem como um dos patronos Colombo. O Dia de Colombo ou da Hispanidade é um feriado nacional que lembra a chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano a 12 de Outubro de 1492. Este dia é assinalado em todos os países de língua espanhola, para além dos Estados Unidos (não podemos esquecer a larga comunidade latina que vive em terras do tio Sam). Novos estudos de ADN apontam que Cristóvão Colombo é um judeu espanhol.

Este dia também é dedicado à Nossa Senhora do Pilar, padroeira da Hispanidade. Se não me engano, o equivalente português será a Nossa Senhora da Conceição, que ficou com a coroa de Portugal depois da Restauração da independência, que se irá celebrar a 1 de Dezembro.

O Dia Nacional de Espanha não foi esquecido nas redes sociais por várias figuras, incluindo Isabel Diaz Ayuso. Só que nem todos os posts foram positivos. Irene Montero, do Podemos, afirmou que o país devia pedir «desculpa» aos povos irmãos (algo que o AMLO do México já queria). Ouvimos o mesmo deste lado da fronteira mas acredito que a família, os irmãos, estão lá tanto nas histórias escritas a ouro como a sangue. Estamos a falar da nossa história, do nosso passado e se olharmos para as nossas sociedades a verdade é que somos uma mescla preciosa entre os nativos ibéricos, romanos, árabes, africanos, asiáticos, sul-americanos, etc. Uma vez num destes artigos afirmei que a nossa sociedade é como uma caixa de lápis de cor da Giotto, repleta de cores e assino por debaixo a vermelho (apesar de dizerem que é uma falta de educação quando escrevemos com esta cor), amarelo e verde.

Apesar das fracas condições climatéricas que se viviam no território ibérico por causa da tempestade Kirk (acho que ainda é esta mas neste período do ano são tantas que se torna difícil acompanhar), Espanha celebrou o Dia da Hispanidade com um desfile militar que também se pode acompanhar neste lado da fronteira graças a emissão da RTVE. Ao mesmo tempo que esta emissão especial passava, a RTP transmitia um interessante programa sobre a fauna ibérica.

Apesar de ter sido uma parada militar um pouco mais curta do que o habitual, o Rei Felipe VI e a princesa Leonor viram passar os diferentes ramos das Forças Armadas. Para mim, o ponto alto foi a passagem da cabra (acho que é da legião) e proponho que em Portugal também adotemos um animal como mascote dos nossos militares. Podia ser um galo de Barcelos ou mesmo um bacalhau (apesar destes não andarem em terra), dois símbolos da portugalidade.

Voltando às comemorações do Dia da Hispanidade, estas também aconteceram neste lado da fronteira, mais precisamente na residência do embaixador de Espanha em Lisboa. O conhecido Palácio Palhavã, que recebeu os filhos ilegítimos de um dos reis de Portugal. O novo embaixador, Juan Fernández Trigo, foi o organizador de uma receção com o motivo deste dia e a qual o EL TRAPEZIO foi convidado na humilde figura desta que vos escreve. O tempo é que não ajudou, mas tenho a certeza que futuras oportunidades vão surgir.

Várias foram as figuras, espanhóis em Portugal e portugueses amigos de Espanha que lembraram o dia nacional de um país que tem a sua história altamente ligada a de Portugal. A própria viagem de Colombo só aconteceu depois de este ter proposto esta expedição ao Rei de Portugal e o mesmo a ter negado.

Para terminar este texto apenas deixo as seguintes vontades: Que viva Espanha, que viva a iberofonia!