Ana Luísa Amaral, a voz que marcou os últimos trinta anos da poesia portuguesa

Poetisa, que foi Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2021, é amplamente distinguida

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A poetisa portuguesa Ana Luísa Amaral morreu na sexta-feira, aos 66 anos, com um cancro. A também tradutora foi a autora de mais de trinta obras. Estreou-se em livro em 1990 com Minha senhora de quê. Mais conhecida pelo seu trabalho na poesia, Ana Luísa também se aventurou no teatro, ficção e literatura infantil. Esta é uma escritora publicada em vários países.

A Universidade do Porto, ao qual esteve ligada, considera-a uma «autora extraordinária». O presidente da república e o primeiro-ministro lamentaram dizendo que «deixou-nos demasiado cedo». Também no Twitter, Pilar Del Rio despediu-se dizendo «quando morre uma amiga o único que te ocorre é brindar por ela, pela sua vida, a sua poesia, as suas traduções, os seus ensinamentos, as suas militâncias feministas e políticas, a sua dignidade. Obrigada, Ana Luísa Amaral». As Edições Usal também lamentaram esta partida.

Ana Luísa Amaral, a voz feminina que marcou a poesia portuguesa

Brasil, França, Espanha, Suécia, Itália, Holanda, Colômbia, Venezuela ou o México são alguns dos locais onde podem ser encontradas as antologias poéticas da portuguesa. Falar da poesia portuguesa feita nos últimos 30 anos é falar-se de Ana Luísa Amaral. Amaral foi uma referência nos estudos feministas e da sua autoria são o Dicionário da Crítica Feminista e organizou as obras Novas Cartas Portuguesas 40 Anos Depois.

A poetisa foi amplamente homenageada, tanto em Portugal como no estrangeiro, exemplo disso é o Leteo, há dois anos recebeu o prémio do livro do ano de poesia pela associação das Livrarias de Madrid ou o grau de Comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada (as insígnias deveriam ter sido entregues na Feira do Livro do Porto). Os seus mais recentes prémios literários (de 2021) foram o Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana e o Francisco de Sá de Miranda.

A autora do Norte, que esteve nomeada para prémio da feira de Guadalajara, foi a figura homenageada na edição deste ano da Feira do Livro do Porto. Esta vai acontecer nos Jardins do Palácio de Cristal, de 26 de agosto a 11 de setembro, e vai celebrar a vida e obra da autora através do mote Imaginar e Agir. Na sua última presença em público, no mês passado, relembrou a necessidade de continuar a dar voz às mulheres para que não existam retrocessos como o que está a acontecer nos Estados Unidos com o aborto. Acreditava que era necessário construir-se mais no feminino.

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