António Guterres lamentou na Cimeira dos BRICS a actual divisão que não se via desde a Guerra Fria

Na África do Sul foi aprovada a entrada de novos membros, incluindo a Argentina, para este grupo

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Na cimeira dos BRICS (a 15ª), que está a acontecer na África do Sul, foi anunciado que este grupo vai passar a ter seis mais novos países. A Argentina, Egipto, Etiópia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos vão passar a fazer, a partir de Janeiro de 2024, parte do grupo de economias emergentes. Este bloco representa mais de 42% da população mundial.

Sobre a entrada destes novos países, Lula lembrou que «Agora, o PIB do BRICS eleva-se para 36% do PIB [produto interno bruto] global em paridade de poder de compra e 46% da população mundial». O bloco continua aberto a novos integrantes. Também está a ser estudada uma moeda de referência para os BRICS. A reforma da governança global, tema levantado por Lula da Silva, também foi abordada pelo secretário-geral da Nações Unidas, o português António Guterres, que foi convidado a participar pelo país anfitrião, a África do Sul.

Guterres acredita que as instituições devem acompanhar a mudança no mundo

Para Guterres, a mudança no mundo deve ser acompanhada por uma mudança nas várias instituições, incluindo o Conselho de Segurança. A presença de um representante do continente africano ou de países como a Índia ou o Brasil como membros permanentes deste conselho é algo que Guterres e o Governo português têm vindo a defender. Para ele, a invasão da Ucrânia foi o factor que levou a actual divisão e a uma ordem multipolar que não se via desde a Guerra Fria. Durante a sua intervenção, o secretário-geral apelou a uma maior união e trabalho em equipa. «O nosso mundo está numa situação difícil», afirmando que a humanidade enfrenta «desafios existenciais» desde o «agravamento da emergência climática e a escalada dos conflitos», disse.

O responsável máximo das Nações Unidas defende que «cada país tem um papel a desempenhar». Numa participação por videoconferência, devido a um mandato de captura internacional, Putin disse que a Rússia pretende continuar a expandir a influência dos BRICS no mundo. Durante a cimeira, os chefes de estado presentes, incluindo Lula da Silva, falaram sobre temas tão diversos como é o caso da cooperação de segurança, comercial ou social. Neste encontro participaram  três representantes de língua lingua portuguesa, Lula da Silva, Dilma Rousseff e António Guterres.

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