Espanha vai propor a Portugal e a França um pacto devido aos incêndios. O objetivo é que os três executivos trabalhem em conjunto. Os incêndios não conhecem fronteiras, como demonstra a coprodução luso-espanholas «Lume», e um dos incêndios que houve em Portugal veio mesmo da Galiza. Bombeiros portugueses lutaram num incêndio no sul de Espanha.
O território ibérico foi aquele que mais sofreu com os incêndios este ano (e os anteriores). Os incêndios coincidiram com as ondas de calor. No caso espanhol, foi a mais longa registada desde 1975. As ondas de calor triplicaram o número de óbitos no território ibérico e a OMS alerta para a consequência na produtividade.
As alterações climáticas fazem com que os incêndios sejam mais frequentes e de maiores dimensões. Especialmente nas zonas florestais. Já o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, tinha proposto um pacto a longo. O pacto pretende consensualizar as populações. Este pacto será levado a Assembleia da República. O pacto para a gestão das florestas terá uma duração de 25 anos. Sobre as acusações de uma gestão ineficaz no combate aos incêndios, o Governo de Portugal, através da sua ministra do Ambiente, já disse que os parques naturais passaram a ter um diretor próprio e um plano de combate para estas situações. No Parque Natural do Douro Internacional arderam mais de cinco mil hectares durante o mês de Agosto.
Pedro Sánchez também apelou para um «pacto de Estado face à emergência climática». O Vox nega as alterações climáticas mas o PP está disposto a se juntar ao pacto proposto pelo PSOE. O primeiro-ministro espanhol vai transmitir à Comissão Europeia que é preciso «fazer de tudo menos marcha-atrás na transição ecológica». Bruxelas já tinha alertado, anteriormente, que o território ibérico é o que está a sofrer mais em todo o continente com as alterações climáticas que levam a obras de calor, incêndios e secas. As declarações de Sánchez aconteceram dias depois de defensores do clima terem atacado a basílica da Sagrada Família (em Barcelona) com tinta.


