Quando falamos no 25 de Abril de 1974 todos relembram uma revolução feita sem sangue mas com cravos. A verdade não é bem assim. Inserido nas comemorações dos cinquenta anos da Revolução dos Cravos está a estreia de um filme que vai contar a história dos que morreram na revolução portuguesa. Esta é uma história que vai mostrar os grandes momentos da revolução mas pelos olhos do povo.
Este filme vai abordar os dias 23 a 30 de Abril de 74 e terá como principal momento o tiroteio em frente da sede da PIDE. Momento em qque as vidas normais destas pessoas normais foi terminada no último ato da ditadura de Marcello Caetano. A obra Revolução (sem) sangue, da autoria de Rui Pedro Sousa, pretende mostrar a revolução mas do lado do povo, aquele que foi morto em frente da sede da PIDE no dia 25 de Abril de 1974.
No dia em que a luz da democracia terminou com as trevas da ditadura morreram cinco jovens (outros ficaram feridos com gravidade, como aconteceu com um antigo deputado do Bloco de Esquerda) cheios de sonhos mas que não puderam viver em democracia, como pretendiam. As cinco pessoas que morreram neste dia foram: Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto. Estas pessoas não se conheciam mas tiveram o usar de estar no sitio errado a hora errada.
Estes cinco jovens tinham entre os 18 e os 28 anos e morreram alvejados por membros da PIDE que estavam na sua sede, que ficava na rua Rua António Maria Cardoso, em Lisboa. Nesta rua existe uma placa que relembra estas pessoas (dois dos nomes estão errados) que foi posta por desconhecidos e não pelo governo.
Um funcionário desta policia, António Laje, também morreu só que depois de ter sido baleado por um militar. Esta ficção baseia-se em informações dadas por familiares destas vitimas. Este filme pretende resgatar a memória dos que morreram naquele dia e muitas vezes são esquecidos quando defendemos que o 25 de Abril foi feito com cravos e sem sangue. A estreia de Revolução (sem) sangue, de Rui Pedro Sousa, está prevista para o dia 25 de Abril de 2024.
