Francisco Assis será o presidente da Assembleia da República no período de 2026-2028, segunda maior figura do Estado

AD e o PS vão repartir a Presidência da Assembleia da República durante dois anos com Aguiar-Branco e Francisco Assis com grande destaque nesta nova composição parlamentar

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Depois de um primeiro dia que ficou marcado pelo impasse, os grupos parlamentares do PS e do PSD, com PNS e Luís Montenegro presentes, reuniram-se para partilhar entre si a Presidência da Assembleia da República. Ao melhor estilo do Parlamento europeu, com cada um dos partidos a ter um nome seu a frente da AR durante um período de 2 anos cada. Esta foi a opção escolhida para enfrentar o bloqueio parlamentar feito pelo Chega, que tem 50 deputados a votar em branco, atitude que foi fortemente criticada por Rui Rocha do IL. O PAN saudou a solução encontrada por PS e PSD para presidência repartida do Parlamento. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, avisou que esta alternativa não não resolve «problema político da ingovernabilidade». Depois da escolha da presidência e da tomada de posse do novo Governo, no dia 2 de Abril, vários temas vão chegar à AR.

Segundo Francisco Assis, que dentro de dois anos deverá chegar a este cargo, o acordo entre o PS e a AD resulta do facto de «os partidos não têm de ter receio de negociar uns com os outros. «Sem consenso, criar-se-ia uma situação de instabilidade por tempo indeterminado. Isso sim, seria fazer o jogo do Chega”. Ventura apresenta-se como o verdadeiro líder da oposição.

José Pedro Aguiar-Branco foi eleito, a quarta tentativa, presidente da AR, sucedendo a Augusto Santos Silva que volta a vida académica. Segundo o acordo conseguido com o PS, Aguiar-Branco vai ficar neste cargo até 2026. O social-democrata (direita) foi eleito com 160 votos, precisando apenas de 116 para conseguir esta eleição. José Pedro Aguiar-Branco foi ministro da justiça, no Governo de Passos Coelho, tem 66 anos e é advogado de profissão. Aguiar-Branco não desiste da democracia, nas primeiras declarações como presidente e desafia partidos a rever regras da eleição da mesa (cada um dos 4 maiores partidos têm direito a eleger uma Vice-presidência). «A democracia é de uma magnífica fragilidade. Cuidemos dela», apela o novo presidente da Assembleia da República a menos de um mês dos 50 anos do 25 de Abril.

Assis participou na apresentação que o EL TRAPEZIO fez em Lisboa no início deste ano. Francisco Assis, bastante próximo de PNS, não confirma que será o presidente dentro de dois anos já que muito pode mudar neste período de tempo tanto na sua vida pessoal como na gestão política do país (não há confirmação que a legislatura aguente tanto tempo) e como tal pretende optar pela prudência. Daqui a dois anos saberemos qual será o nome que os socialistas vão apresentar para ser a segunda maior figura do Estado português, ficando apenas atrás de Marcelo Rebelo de Sousa. Voltando a Francisco Assis, o professor universitário filiou-se no PS em 1985 e atualmente é presidente do Conselho Económico e Social.

Também no período da manhã houve a conferência de imprensa derradeira de António Costa onde o ainda primeiro-ministro (que mais tarde encontrou-se com Montenegro) fez um balanço de 8 anos de mandato. Uma governação que aconteceu com crise económica, crescimento (o turismo já não é o único motor que alavanca o PIB luso), COVID e guerra em solo europeu. Costa também aproveitou para ressaltar que Portugal chegou a exportar o excesso de eletricidade que produziu naquela semana em que só consumiu energia própria, sendo cada vez mais recordista a nível mundial. Costa sai de cena com sentido de missão cumprida e com vários projetos de transição que defende que devem ser implementados pelo futuro Governo de direita, como é o caso do aeroporto.

A Madeira, depois da queda do Governo de Miguel Albuquerque, deverá ir a eleições no fim do mês de Maio.

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