15/09/2025

João Lourenço defendeu, em Cimeira União Africana-CARICOM, uma maior aproximação entre África e as Caraíbas (Caribe)

Pede-se uma maior defesa e reconhecimento dos afrodescendentes em várias latitudes, incluindo Portugal

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João Lourenço, presidente de Angola e da União Africana, defendeu a justiça reparatória e o reforço da cooperação entre o continente africano e as Caraíbas. A 2.ª Cimeira África-CARICOM aconteceu em Adis Abeba, na Etiópia. Para João Lourenço, esta Cimeira também deu a oportunidade de refletir sobre uma história comum, já que a zona do Caribe tem uma grande influência africana devido aos escravos que eram levados para aquela região.

Há poucas semanas, a vice-presidente da Colômbia,  Francia Márquez, solicitou o apoio de Moçambique, no âmbito das Nações Unidas, «para avançar no reconhecimento dos direitos humanos e dos direitos das pessoas de ascendência africana». Estas declarações foram prestadas durante uma visita de Francia Marquez a Moçambique.

Marcelo Rebelo de Sousa pede um maior reconhecimento para os afrodescendentes

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também pede o reconhecimento da contribuição dos afrodescendentes, neste caso já sociedade portuguesa. Para o presidente português, os afrodescendentes «revigoram e enriquecem» a sociedade. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2023, a população afrodescendente representava 6,1% dos residentes em Portugal.

Os afrodescendentes em Portugal são mais jovens, mais escolarizados e mais discriminados. Quando questionamos a população sobre discriminação, uma baixa percentagem responde que alguma vez foi discriminado. Mas quando fazemos a mesma pergunta aos afrodescendentes, quase 30% responderam que foram alguma vez descriminados.

Para Lourenço, é necessária uma estratégia que seja capaz de transformar «a dor e o sofrimento do passado colonial» numa força geradora de progresso e desenvolvimento. O presidente angolano espera que, brevemente, existam voos diretos entre África e as Caraíbas. Também se falou sobre as alterações climáticas, a instabilidade geopolítica ou as migrações forçadas. Problemas que afetam especialmente o sul global.