Morreu Pelé, o Rei do futebol

O lendário jogador dividiu com Maradona o título de “maior de todos os tempos”

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No futebol existem números que são associados aos virtuosos, aqueles que com um simples toque normalmente conseguem resolver sozinhos um jogo. O 10 é com o 7 e o 9 os números mais especiais. Edson Arantes do Nascimento é o responsável por parte da história vivida pelos nossos avós e que contaram às gerações vindouras que apenas tiveram a oportunidade de ver certas lendas a jogar através de vídeos antigos postados no Youtube.

Na história do futebol existem um antes e um depois de Pelé, o rei do futebol. Com três Mundiais no seu palmarés (o Brasil tem um total de cinco) é um dos primeiros nomes que associamos não só com o país do samba e do futebol como com todo o “desporto rei”. Foi com apenas 17 anos que ergue, pela primeira vez, a Taça de Campeão do Mundo. Esta foi uma promessa feita ao pai que, anos antes, tinha ficado devastado pela vitória do Uruguai em pleno Maracanã.

Foi contra uma equipa portuguesa, o Belenenses, que marcou os seus primeiros golos no mítico estádio a nível internacional. Isto no já longínquo ano de 1957. Deve ter sido uma noite quente, como são todas habitualmente no Rio de Janeiro, que um menino de 16 anos marcou sozinho 3 golos a equipa de Matateu (o primeiro grande jogador português nascido em África, antes da chegada de Eusébio).

Pelé morreu aos 82 anos. O antigo internacional brasileiro estava internado há um mês e o seu estado de saúde tinha-se agravado nas últimas semanas. A causa de morte é cancro no cólon. Pelé, o homem dos mais de mil golos (Cristiano Ronaldo, com 800 golos, é o único jogador na ativa com a capacidade de romper essa marca) foi o primeiro ícone global desta modalidade. Para o poeta Carlos Drummond de Andrade não é difícil fazer mil golos. O grau de dificuldade está em que algum desses tenha a maestria daqueles que Pelé marcou.

Estrelas do futebol prestam tributo a Pelé

Ainda durante o Campeonato do Mundo do Catar, já estando internado, inúmeras estrelas, como é o caso de Mbappé ou Neymar, desejaram as rápidas melhoras ao maior jogador da história do Santos. O clube tinha apresentado há poucos dias a sua nova camisola para a próxima temporada, com uma coroa que simbolizava todo o legado do homem a quem nacional e internacionalmente conheceram como rei.

Pelé encabeçou uma geração de ouro do Santos. Com o Santos fez inúmeras digressões internacionais pagas a peso de ouro. A presença de Pelé no continente africano fez, em 1967, que parassem guerras no Congo e na Nigéria para que a caravana pudesse parar. No outro lado do Atlântico, um outro jogador de língua portuguesa tentava emular os seus passos. A 11 de outubro de 1962, o Santos e o Benfica encontraram-se em Lisboa para decidir a segunda mão da Taça Intercontinental. Este jogo ficou na memória coletiva como um dos melhores dessa geração. Sozinho, Pelé driblou vários benfiquistas (que na altura eram bicampeões europeus) de uma área à outra antes de picar a bola sobre o guarda-redes. Esta obra de arte fez com que o arbitro, um francês, o fosse abraçar.

Tal como o Benfica fez com Eusébio (os dois jogadores conheceram-se no Mundial de 66 e tratavam-se por “irmão”), o funeral deverá ser realizado pelo Santos e mobilizar todo o país. Já o organismo que tutela o futebol sul-americano tinha proposto a CBF que homenageassem o natural da cidade de Três Corações com a colocação destes símbolos na conhecida “camiseta” brasileira.

A 18 de julho de 1971, mais de 140 mil pessoas foram ao Maracanã para ver o último jogo de Pelé com a camisola da canarinha, a despedida do Santos aconteceu três anos depois. A 29 de Dezembro, a apenas 48 horas do fim do ano de 2022, o mundo despede-se de Edson Arantes do Nascimento (o eterno Pelé).

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