Os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP estiveram reunidos em São Tomé e Príncipe. Desta reunião saíram alguns dos tópicos que esperam ver tratados na próxima presidência, como é o caso das energias renováveis ou a cooperação no combate às alterações climáticas. Em São Tomé e Príncipe também foi adotada uma carta sobre os direitos e princípios em ambientes digitais. Esta carta foi apresentada num momento em que parte do mundo parou por causa de uma atualização informática.
Um marco histórico de uma presidência focada na «Juventude e Sustentabilidade». A CPLP pretende agilizar a mobilidade entre os seus estados-membros. Especialmente junto dos mais jovens, que desta forma podem estudar ou trabalhar em qualquer um dos estados-membros.
Para o MNE deste país, que também é o presidente do Conselho de Ministros desta organização, a carta vai permitir aumentar a produtividade da CPLP. Uma organização que une quatro continentes. O secretário-executivo, Zacarias Costa, também participou na reunião. Para o ministro português, Paulo Rangel, esta carta será positiva em particular para os países «estão em desenvolvimento acelerado, o digital é a via de queimar algumas etapas e, portanto, poder ter o desenvolvimento muito mais rápido do que seria expectável se não convertessem a sua governação, a sua administração pública, a toda uma lógica digital».
Estes ministros saudaram o Fundo Climático e Ambiental, que envolve Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, e indicaram a necessidade de o transportar para outros países da CPLP. Onde se procuram economias mais sustentáveis, inovadoras e desenvolvidas. Uma maior cooperação é frutífera para todos os países nas próximas gerações. Uma cidadania global baseada na língua portuguesa e numa história comum.
Também se falou sobre a necessidade da realização de uma reunião dos ministros do ambiente desta organização, ainda durante este ano. O último encontro aconteceu há quase sete anos. No último ano dois territórios lusófonos, a província de Nampula (em Moçambique) e o Rio Grande do Sul (no Brasil), sofreram bastante com desastres naturais (como é o caso das cheias). As alterações climáticas têm levado a perda da biodiversidade, aumento da poluição e a degradação do ambiente (o que também é prejudicial para o ser humano). A CPLP pretende continuar a sua internacionalização.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros também lembraram os esforços que estão a ser feitos na Guiné Equatorial para a expansão da língua portuguesa neste país. Estes esforços estão a ser dinamizados pelo Instituto Camões e pelo Brasil. Com a Guiné Equatorial também estão a ser intercambiados funcionários governamentais com São Tomé e Príncipe, Angola e Cabo Verde. As escolas e bibliotecas públicas da Guiné Equatorial estão a ser dotadas por manuais e livros de língua portuguesa oferecidos por todos os estados-membros da CPLP.
No final da reunião que decorreu na capital são-tomense, foi anunciado que o próximo Conselho de Ministros da CPLP vai realizar-se a 17 de julho de 2025 na Guiné-Bissau. Este país, que no próximo ano irá (a umas conturbadas) a eleições, vai assumir a próxima presidência da organização. Chegou-se a ponderar que o mesmo não acontecesse mas a Guiné-Bissau será o próximo país a dirigir a CPLP.
A CPLP tem como Estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Timor-Leste. Vários observadores e ultimamente falou-se sobre a possibilidade de num futuro as ilhas Maurícias se juntem a organização.