24/06/2025

Os portugueses são os europeus que mais temem um conflito mundial e olham com bons olhos para o aumento na defesa

A situação no Médio Oriente escala a dias da Cimeira da NATO e com a Espanha a negar novos aumentos nos investimentos militares

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Segundo um estudo europeu, os portugueses são os mais preocupados com uso de armas nucleares e a terceira guerra mundial (isto sem esquecer uma outra guerra em solo europeu sem ser apenas na Ucrânia). O estudo de opinião foi realizado em 12 países europeus (incluindo o Reino Unido ou Espanha).

85% dos portugueses que responderam a esta sondagem demonstraram esta preocupação. Por outro lado, os portugueses não acreditam num fim da União Europeia (onde estão há quarenta anos) e da NATO.

Atualmente a NATO não está envolvida no que está a acontecer no Médio Oriente, onde bases dos Estados Unidos já foram atacadas. Uma semana antes de todos estes acontecimentos, António Costa entregou uma camisola da seleção de Portugal a Trump (neste minuto está a se jogar nos Estados Unidos o Mundial de Clubes) e lembrou que «se está a jogar pela paz». Contenção e diplomacia é um pedido que António Costa, presidente da Comissão Europeia, tem feito a todas as partes envolvidas neste novo conflito.

O presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, já apelo à contenção e a «urgência de retomar via diplomática» no Médio Oriente. Montenegro também apelou a contenção de todas as partes. O Governo do Brasil também olha para o que está a acontecer com «grave preocupação». O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, já pediu uma «descalada» e mais negociações. Espanha também quer a suspensão do acordo de associação que existe entre a União Europeia e Israel (tem existido vôos para retirar cidadãos europeus e os exércitos de Portugal e de Espanha estiveram envolvidos nestes voos). Isto devido ao genocídio em Gaza. Em relação a NATO, Espanha conseguiu um acordo que isenta país de gastar 5% do PIB em defesa, como anunciou a ministra (e líder do Sumar) Yolanda Díaz. Algo que desagrada Donald Trump e Mark Rutte (que no último ano visitou Lisboa e Madrid).

Guterres e o Papa Leão XIV pedem o fim do conflito

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, olha para esta «escalada como perigosa numa região que já está à beira do abismo, e uma ameaça direta à paz e à segurança mundial». O Papa Leão XIV já emitiu uma nota onde recorda que «a humanidade reivindica paz».

Os portugueses defendem um maior investimento na defesa mas temem que se deixe de investir em outros setores do país, como é o caso da segurança social. Para André Ventura, que depois das Legislativas tornou-se no líder da oposição em Portugal, «por vezes a força tem que ser a melhor garantia da paz».

Este estudo saiu num período em que o conflito bélico no Médio Oriente está a escalar e o Irão ameaça fechar o estreito de Ormuz, que tem uma fortaleza de origem portuguesa que atualmente é pouco mais do que ruínas. Também estamos a poucos dias da próxima Cimeira da NATO (em Haia), com os Estados Unidos a exigirem que os outros membros do tratado aumentem os seus investimentos na defesa. Fala-se de uma meta de atingir 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) com gastos militares. Em Portugal, o Governo anunciou que iria antecipar a meta de 2% do PIB em defesa para este ano, ainda. Portugal já manifestou o seu interesse a Comissão Europeia para ter um empréstimo para investir na defesa. Um membro da administração Trump, o luso-descendente Devin Nunes, quando esteve em Portugal sugeriu que o país pode voltar a fazer o mesmo que na altura dos Descobrimentos e apostar na Marinha. A Marinha portuguesa pode servir para a NATO como patrulheiros do Atlântico e frota de ligação entre o continente americano, africano e o europeu.

Esta anúncio já foi saudado pelo secretário-geral desta organização, Mark Rutte. Nesta reunião da NATO vai estar presente o PM português Luís Montenegro e os ministros Nuno Melo e Paulo Rangel. Este último admitiu que Portugal conhecia a presença de aviões americanos na base das Lajes (nos Açores) e garantiu que o país não vende armas a Israel.