Populações de Portugal e de Espanha protestam contra o turismo de massas e pedem uma maior regulação

Os Governos enfrentam o dilema onde têm que escolher entre as receitas do turismo e a qualidade de vida das populações locais

Comparte el artículo:

Portugal e Espanha são países cada vez mais atrativos para o turismo mas este turismo de massas está a deixar insatisfeitas as populações locais. Que muitas vezes não têm os rendimentos necessários para usufruírem do próprio país. Estas estão a organizar marchas contra o turismo desenfreado, como tem acontecido em Maiorca, Barcelona ou Málaga.

Esta insatisfação tem sido sentida um pouco por toda a Europa. Os portugueses também pedem medidas contra o excesso de turistas. No mês de Junho, Portugal recebeu três milhões de turistas. A zona da Grande Lisboa foi a que teve mais dormidas. A Vuelta, que este ano passou por Portugal, ajudou a promover o país como um «destino turístico de excelência». O diretor desta prova avançou que existem conversações com o Governo português para se voltar ao país num futuro próximo.

O clima é visto cada vez como um fator a ter em conta pelos turistas europeus na altura de se conhecer um destino. E o território ibérico apresenta-se como um dos melhores destinos pois aqui pode encontrar tudo! Portugal e Espanha (onde também podemos juntar a Itália) não são para os locais que protestam contra a bolha imobiliária, desperdício de água (em período de seca) ou aumento da violência. Aos poucos, Lisboa está a deixar de ser «menina e moça» muito por causa da saída dos seus habituais residentes que são obrigados a sair (devido ao preço das casas) e estas habitações têm sido transformadas em Alojamentos Locais. Agora é mais difícil encerrar um AL que esteja no interior de um prédio. O turismo em Lisboa aumenta a cada ano que passa, tendo mesmo mais visitantes que Barcelona. Os turistas apontam a existência de praia, monumentos e boa gastronomia como alguns dos principais atrativos da capital portuguesa.

No que toca ao mercado imobiliário, é mais caro comprar casa em Portugal do que em Madrid ou Barcelona. Os nómadas digitais procuram muito Portugal por causa do visto que o país tem para este tipo de trabalhadores.

No Algarve e no sul de Espanha as queixas de embriaguez em via pública, especialmente da parte de turistas britânicos, é uma constante todos os anos. Em Barcelona os turistas foram atingidos com pistolas de água para alertar o gasto de água que o aumento de turistas traz. Estes são alguns dos aspetos negativos apontados a um turismo desenfreado. A população de Sintra, uma das localidades portuguesas mais procuradas pelos turistas, também se tem queixado do tráfego intenso que não permite uma boa mobilidade e alertam que o excesso de autocarros turísticos e tuc-tucs podem mesmo colocar em causa a conservação dos monumentos desta vila, que são património nacional.

Mesmo sendo um setor bastante atrativo, muitos pedem que se repense o turismo que queremos. O turismo traz emprego e receitas mas também diminui a qualidade de vida dos moradores locais. Que querem andar de transportes públicos ou fazer compras descansados e não conseguem. Portugal encaixou 8,79 mil milhões de euros de saldo líquido das viagens e turismo. Os gastos na restauração é que têm diminuído. Espanha perdeu 9.783 empregos em Julho, os piores dados deste mês em 20 anos. Os baixos salários e as condições laborais afastam os trabalhadores apesar do turismo a bater recordes no país. Um dilema que os países devem enfrentar.

Muitas cidades, incluindo Lisboa ou Setúbal, pedem taxa turística para pernoitar e este dinheiro tem sido usado para recuperar alguns monumentos.

Noticias Relacionadas