Segundo o Observatório Ibérico dos Meios Digitais, a desinformação nas redes sociais é sistémica e transnacional quando falamos de Portugal e de Espanha. Para os autores deste relatório, a desinformação na Península Ibérica é sistémica, com múltiplas temáticas e com uma fusão entre discurso conspirativo, político e de ódio, normalmente com ligações à extrema-direita, quem tem usado estas informações para captarem mais eleitorado. Nas mais recentes sondagens sobre as presidenciais, que vai acontecer a 18 de Janeiro, Marques Mendes (PSD) e André Ventura (Chega) estão a frente. Aqui as redes sociais têm uma «palavra a dizer».
Em Portugal, a desinformação partilhada pelo Chega terá custado 45 milhões de euros ao Estado. Em Espanha, também foram partilhadas informações falsas sobre os vários casos de violência (e não só) envolvendo uma certa comunidade imigrante. Para os responsáveis deste estudo, é necessário necessário reforçar a alfabetização mediática para que os utilizadores saibam distinguir quais as informações são verdadeiras e quais são as falsas.
No relatório, foram analisadas milhares de fake posts sobre informações diversas, desde a COVID-19 ou as questões de género. Antes da Lei da Imigração ter sido votada em Portugal, especialmente no período do verão, houve um aumento da desinformação sobre a imigração. Um dos posts que andou a circular nas redes sociais falava em mulheres de burca, em Portugal, que se recusavam a mostrar o rosto numa operação stop da polícia (entretanto a Assembleia da República proibiu o uso de burcas e véus em espaços públicos).
Estes posts acabam por gerar fake news. Os posts analisados tinham sido colocados na rede social Telegram. Já que uma boa parte da população, independentemente da idade, obtém as suas informações através das redes sociais. Esta desinformação circula em grupos multilíngues e costumam estar associadas a narrativas negacionistas.


