Portugal e Espanha protagonizam encontros profissionais no festival «Novos Cinemas» em Pontevedra

Nesta oitava edição do certame, haverá “carta branca” para apresentar cinema português contemporâneo e conhecer alguns dos seus representantes

Comparte el artículo:

Arranca já esta terça-feira (12) a oitava edição do Festival Internacional de Cinema de Pontevedra, Novos Cinemas, com uma programação que se estende até ao próximo dia 17 (domingo). Este ano serão exibidos 39 filmes, 13 dos quais participarão em duas secções competitivas: «Oficial» e «Latexos» [pulsações]. Cinco destes filmes farão a sua estreia em Espanha, seis na Galiza e um – Abril, Verde, Amarillo, do argentino Santiago Aulicino – será apresentado internacionalmente.

Além da conexão com a América Latina, o festival liga-se também a Portugal através dos «Encontros» profissionais. Uma secção que “forma parte do ADN do festival desde o seu início”, afirma o seu diretor artístico, Suso Novás, que considera a presença lusa “consubstancial” à linha editorial do Novos Cinemas. “Admiramos profundamente a forma de trabalhar dos festivais de cinema de Portugal”, reconhece, acrescentando que “a diversidade criativa, estética e formal do cinema luso do século XXI é algo inquestionável ao nível internacional”.

Destes encontros destaca-se uma mesa-redonda sobre a produção independente e o cinema emergente, no dia 15, com a presença das produtoras Sílvia Cruz (Brasil), Beli Martínez (Galiza) e de Luís Campos. O produtor, guionista e cineasta português participará também na secção «Lab» com o filme Terra Vil, a sua primeira longa-metragem, que se segue a produções próprias como Monte Clérigo (2023), Boca Cava Terra (2022) e Carga (2017).

No mesmo dia, pelas 11 horas, o professor e investigador Tiago Vieira da Silva irá expor as singularidades do programa académico da ESAP – Escola Superior Artística do Porto, convidada do festival pelo seu papel “de referência no mapa universitário peninsular e europeu”. Algumas dessas particularidades, segundo nota a página web do Novos Cinemas, passam pela promoção da “confluência entre a teoria, a investigação, a curadoria, o setor profissional e os artistas”, bem como de projetos educativos que “melhorem o tecido cultural e socioeconómico do território no qual se desenvolvem”.

A participação portuguesa terá ainda relevo na secção «Carta Branca», atribuída este ano aos cofundadores do festival Curtas Vila do Conde. Miguel Dias e Nuno Rodrigues selecionaram sete obras que representam “um possível itinerário” pela curta-metragem portuguesa contemporânea e que estarão em exibição no dia 16. Entre elas está a coprodução luso-suíça 2720, em estreia na Galiza, e Ice Merchants, que este ano se tornou o primeiro filme português a ser nomeado para os Óscares.

Suso Novás admite que o “principal fim” do Novos Cinemas é “partilhar experiências e aprender” com linguagens e autores diversos. “Em segundo lugar, e a muito curto prazo, queremos tentar desenhar futuras sinergias no eixo cultural e setorial, para que o trabalho de todos os agentes envolvidos seja mais produtivo”, garante o diretor do festival, salientando a importância da colaboração com outros territórios para aumentar a “capacidade criativa” do setor.

Noticias Relacionadas