Depois de ter reunido com os partidos e ouvidos o Conselho de Estado (órgão puramente consultivo), Marcelo Rebelo de Sousa falou ao país pela primeira vez depois da moção de confiança ao Governo ter sido chumbada. Para convocar eleições, a 18 de Maio, o presidente tem que dissolver o Parlamento. A data, a preferida pela grande maioria dos partidos, dá mais uma semana de reflexão aos portugueses e é explicada com as peregrinações do 13 de Maio a Fátima.
2025 será um ano político cheio com legislativas antecipadas, um ano depois das anteriores, e antes das presidenciais. O PS e o Chega consideram que o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, «prestou um mau serviço ao país e é um garante da instabilidade política». E que Montenegro está «agarrado ao poder». No primeiro discurso que fez, Luís Montenegro ensaiou um discurso, já de campanha, visto como «vitimista e de valorização dos feitos do Governo» da AD.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, «não há meio caminho» entre confiar ou desconfiar do PM. Nas declarações que prestou ao país, o presidente da República pediu um debate digno e esclarecedor. E que não se abram as portas a «experiências que sabemos como começam mas não como acabam».
Até se saber o resultado das eleições, o Governo demissionário PSD/CDS estará em funções. O PSD é visto, por alguns, como «desesperado» mas as sondagens apresentam o partido ligeiramente atrás dos socialistas. O presumível candidato à Presidência da República, Gouveia e Melo, acredita que «PS e PSD terão que falar depois das eleições». Defende que 80% da população quer uma «solução ao centro». Os diferentes partidos começam a ativar os seus modos de campanha.