Divida de Cabo Verde a Portugal vai ser usada a favor da transição climática do arquipélago

O acordo assinado pelos dois países pretende servir de exemplo e demonstrar que esta é uma luta de todos

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A dívida de Cabo Verde a Portugal vai ser reconvertida, o que vai ajudar a promover uma economia verde e azul. Já em Janeiro, Costa tinha anunciado que a dívida de Cabo Verde a Portugal seria amortizada num fundo para o clima e a transição energética no país africano. A maioria dos investimentos para a transição energética em Cabo Verde será de privados em regime de Parcerias Público Privadas.

Existe um convite expresso para que os empresários portugueses invistam mais no país. Cabo Verde aposta, como avança o chefe de governo do país, nas energias renováveis (eólica e solar), no hidrogénio verde e na mobilidade eléctrica. O arquipélago tem sofrido com as alterações climáticas, especialmente uma seca prolongada que tem afectado a economia que também se tem estado a ressentir da pandemia da Covid-19 e da crise inflacionista decorrente da guerra na  Ucrânia. O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, acredita que não é impossível que os países ricos alcancem as zero emissões.

Fundo pode atingir os 140 milhões de euros

Este fundo vai ter cerca de 12 milhões de euros mas pode atingir os 140 milhões. O acordo foi alcançado após uma reunião que o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, teve em São Bento com o seu homónimo português. O memorando foi assinado pelos ministros das finanças dos dois estados, Fernando Medina e Olavo Correia. Os dois países também assinaram um protocolo de cooperação sobre as finanças públicas.

O pacote de investimento global para a transição energética ronda os 520 milhões de euros. Segundo ambos os governantes, este é um «documento inovador  à escala global». Ulisses Correia e Silva acredita que o acordo alcançado com Portugal pode servir como um exemplo  à escala global. Para o executivo de Lisboa, este é «um sinal inequívoco do forte compromisso bilateral com Cabo Verde».

Com este acordo assinado, Portugal passar a ser o primeiro país a participar no fundo climático ambiental. Instituições financeiras e organizações multilaterais também se podem juntar a este fundo. «Este é o primeiro passo de uma caminhada que queremos fazer em conjunto porque só em conjunto podemos enfrentar o desafio global das alterações climáticas», sublinhou o chefe de Estado português. Em 2025, como anunciou António Costa, será avaliado o sucesso desta operação que pode ser alargada.

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