Marcelo Rebelo de Sousa visita o Brasil sob o signo da cultura

Encontro com Lula da Silva foi o momento mais "quente" da agenda presidencial

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O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa aterrou, pela quinta vez no seu mandato, para uma visita de quatro dias sob o mote da cultura. Para além da reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, o chefe de Estado luso tem uma agenda preenchida com encontros com vários políticos brasileiros.

O primeiro encontro de Marcelo Rebelo de Sousa no Brasil foi com o antigo presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva. Nesta reunião, que aconteceu na residência oficial do cônsul de Portugal em São Paulo, o chefe de Estado «ouviu» e «registou» a visão de Lula da Silva para o Brasil, que nas sondagens para as eleições do próximo ano é apontado como vencedor numa corrida presidencial contra Bolsonaro mas ainda não é certo que o mesmo se recandidate ao Palácio do Planalto. Lula, que não prestou declarações aos jornalistas, descreveu nas redes sociais este encontro como «fraterno».

A pandemia, a situação económica, a inauguração do Museu da Língua Portuguesa, a aproximação cultural e linguística entre os países lusófonos e as relações bilaterais entre os dois países foram os temas principais deste encontro que foi o primeiro dos cinco marcados para esta visita que pretende aproximar os estadistas falantes de português. O português, em resposta a declarações feitas por João Dória que disse que o encontro com Lula era o ponto mais «quente» da visita, afirmou que a visita ao país é de cariz cultural e simbólico e não político. Durante esta visita ao país, o governante português também vai assinar os últimos detalhes para a presença portuguesa na Bienal de São Paulo. Portugal também estará associado às comemorações do segundo centenário da independência do Brasil, que decorre em 2022.

Encontros ao mais alto nível e reinauguração do Museu da Língua Portuguesa

O encontro com Lula da Silva não será o único de Marcelo Rebelo de Sousa, que também tem conversas marcadas em São Paulo com os também ex-presidentes José Sarney, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso. Para o estadista português é «importante registar o ponto de vista de quem foi Presidente do Brasil e continua a acompanhar a situação no Brasil, as relações com Portugal e a situação internacional». Marcelo diz que é necessário fortalecer as relações com a nação sul-americana todos os dias.

O presidente da República portuguesa, que está no país devido a reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, também tem na sua agenda um encontro com o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que também esteve presente. A audiência com Jair Bolsonaro só acontecerá na segunda-feira, em Brasília.

O Museu da Língua Portuguesa, um dos primeiros no mundo dedicado totalmente a uma língua e instalado na parte superior da histórica estação ferroviária da Luz, ardeu em 2015 e esta reconstrução foi financiada com doações tanto da EDP (que tem vários investimentos no país) como da Fundação Roberto Marinho. A sua nova exposição, totalmente digital, dá um grande destaque às diferentes formas de falar português que existem mas está a dar alguma polémica devido ao uso da palavra «Todes» como uma forma de inclusão. «Portugal apostou muito neste museu e deu um contributo financeiro muito significativo. Estive a visitar as cinzas do museu e prometi cá voltar», disse o chefe de Estado português que acredita que este espaço pode ajudar a reforçar «a realidade da língua portuguesa no mundo».

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