Visto como um dos nomes maiores da poesia portuguesa num período de transição, a partida de Nuno Júdice foi lembrada por inúmeras figuras não só da política portuguesa mas também pelo novo embaixador espanhol no país, Juan Fernández Trigo. «A cultura portuguesa perdeu, com o falecimento de Nuno Júdice, um dos seus mais reconhecidos poetas», lembrou o ainda primeiro-ministro português, António Costa. Já a Embaixada de Espanha também usou as redes sociais para lembrar que o escritor foi «um homem excepcional que sem dúvida deixará saudades no mundo literário português, iberoamericano e universal».
Júdice ao longo da sua carreira recebeu inúmeros prémios, incluindo o Rainha Sofia. Este prémio ibero-américano foi atribuído ao português em 2013. A nível internacional, para além dos prémios que também recebeu em Portugal, venceu (em 2016) o prémio galego Rosalía de Castro e o Pablo Neruda (em 1975).
O poeta, diretor de revistas e ensaísta está entre os nomes portugueses mais publicados e traduzidos no estrangeiro. Tem obras traduzidas em Espanha, na Venezuela e no México. Ler poesia, quanto mais em português, ainda é algo pouco comum. «Meditação sobre ruínas» e «Regresso a um cenário campestre» são duas das suas obras mais conhecidas numa carreira que contou com mais de 50 anos e passou por diferentes períodos da vida portuguesa, desde a ditadura até a atualidade. Nuno Júdice, que nasceu perto de Portimão, lançou o seu primeiro livro em 1972.
Para além do seu trabalho poético, também foi professor universitário e esteve à frente do Instituto Camões em França. O poeta Nuno Júdice morreu, em Lisboa, aos 74 anos.