A Fêra de Barrancos, que é realizada em honra de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da vila raiana, está de volta com os seus festejos taurinos e muita animação. Nas habituais touradas de morte vão participar 4 toureiros, um português e os restantes são espanhóis (também haverá uma novilheira). A celebração histórica que acontece em Barrancos, no distrito de Beja, esteve envolvida em alguma polémica no final do século XX e início do século XXI devido a forma como lidam com os touros. Esta polémica terminou com uma concessão especial dada pelo antigo presidente, Jorge Sampaio. Este regime de exceção foi aprovado há precisamente 20 anos.
Em Portugal, tal como em Espanha, a tourada é bastante popular, mas nas praças lusitanas o touro não é morto. Este tipo de tourada, que acompanhada por fatos e coches com banho de ouro, é conhecida como corrida àvantiga portuguesa. Em Barrancos, devido a sua proximidade com Espanha, todos os touros lidados acabam por ser mortos e a sua carne é repartida por aqueles que estão na Fêra de Barrancos.
A maior festa de Barrancos está de volta após uma paragem de dois anos forçada devido a pandemia de covid-19. Este é um evento muito aguardado por todos os barranquenhos e raianos que acabam por cruzar a fronteira (ali tão perto) e juntar-se a festa feita pelos irmãos portugueses. O que é bastante benéfico para a hotelaria e o comércio do mais pequeno concelho de Portugal.
Bandas locais e sevilhanas costumam animar os presentes durante a noite. Esta animação é conhecida como «cachondeo» (divertimento). Para além da vertente religiosa, todos os dias existem o “tiro de partida” e os “encerros”. É nestes em que os animais são conduzidos aos curros da praça de touros. As praças são construídas de forma tradicional, muitas vezes pelas mãos dos habitantes da própria vila, na praça central. Na última lide participam os aficionados.