A Grande Loja Simbólica Espanhola manifestou a sua solidariedade e apoio às obediências maçónicas portuguesas

Maçonaria espanhola solidária contra identificação em cargos públicos

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Os maçons espanhóis consideram que o projeto de lei que obriga deputados e titulares de cargos públicos a declarar se pertencem a organizações «discretas» se trata de «um enorme retrocesso em matéria de direitos e liberdades» num país que consideram irmão.

A Grande Loja Simbólica Espanhola manifestou a sua solidariedade e apoio às obediências maçónicas portuguesas contra o projeto de lei do PSD que obriga deputados e titulares de cargos públicos a declarar se pertencem a organizações «discretas».

Em comunicado, a Grande Loja Simbólica de Portugal adianta que a sua congénere espanhola «manifesta a sua solidariedade e apoio às Obediências Maçónicas portuguesas, nomeadamente à Grande Loja Simbólica de Portugal, Grande Loja Simbólica da Lusitânia e do Grande Oriente Lusitana, contra o projeto de lei que torna obrigatório que todos os deputados e titulares de cargos públicos declarem se pertencem a associações e organizações discretas».

Na carta, datada de 22 de março, os maçons espanhóis consideram que se trata de «um enorme retrocesso em matéria de direitos e liberdades» num país que consideram irmão, classificando-o como «um flagrante exercício de discriminação».

«Esperamos de coração que a dita iniciativa não prospere, uma vez que, para além de ser uma grave quebra da esfera privada, é mais uma evidência do clima de perseguição e intolerância que atravessa o mundo», pode ler-se na carta.

No comunicado, a Grande Loja Simbólica de Portugal adianta que foi «com natural felicidade» que recebeu a carta, considerando que esta demonstra «claramente que existe uma verdadeira maçonaria universal, sem país, seja em Espanha, em Portugal ou em qualquer outro lado, com os mesmos princípios da fraternidade, da liberdade, da igualdade, do humanismo e da filantropia, do progresso para uma sociedade livre e justa».

A 16 de março o PSD propôs uma alteração legal para tornar obrigatório que deputados e titulares de cargos públicos declarem, no seu registo de interesses, se pertencem a associações e organizações «discretas» como a maçonaria e Opus Dei.

A proposta foi feita numa reunião da comissão parlamentar de Transparência e Estatuto dos Deputados em que estava previsto o debate do diploma apresentado pelo PAN para incluir no regime do exercício de funções dos titulares de cargos políticos «um campo de preenchimento facultativo» para indicarem se pertencem a esse tipo de organizações.

Se na proposta do PAN a declaração era facultativa, a proposta do PSD, apresentada pelo deputado André Coelho Lima, considera que, se é importante, deve ser obrigatório os deputados e titulares de cargos políticos declararem todas as associações a que pertencem, das associações de bairro a um clube desportivo.

A proposta tem gerado polémica e já levou a uma troca de acusações entre PS e PSD, com os socialistas a manifestar reservas e a considerar as propostas dos sociais-democratas e do PAN «desproporcionais» e «excessivas» e o líder do PSD, Rui Rio, a acusar os socialistas de obediência à maçonaria.

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