A 10 de Fevereiro estará disponível em todas as livrarias o novo livro do hispanista Ian Gibson: “Até a República Federal Ibérica” (“Hasta la República Federal Ibérica”; 2021). Para além do seu republicanismo iberista, que havia já expressado em diferentes entrevistas, Ian Gibson apresenta, como novidade, um trabalho de investigação do Iberismo que inclui o movimento iberista contemporâneo.
Este livro de “reflexão e sonho”, destaca no capítulo cinco (“Portugal, o irmão desprezado”), onde cita Unamuno, Saramago, o Partido Ibérico Ibérico, o Movimento Partido Ibérico, a Cimeira Ibérica da Guarda e o Iberolux. Portanto, é um ensaio que também aborda a actualidade.
A nota de apresentação do livro afirma que “a Península Ibérica é um dos territórios mais versáteis e fascinantes do mundo. Situada entre a Europa e a África e voltada tanto para o Atlântico quanto para o Mediterrâneo, é habitada desde a antiguidade por pessoas das mais variadas origens geográficas e étnicas. Um território onde, devido à sua natureza extremamente acidentada, a ligação entre as suas diferentes regiões tem sido muito complicada, quase até hoje. E é muito difícil conseguir uma unidade política”.
Ian Gibson considera que a República Federal Ibérica não é “um sonho irrealizável”. Para isso, de acordo com o texto explicativo da editora Espasa, o autor realizou esta pesquisa “seguindo os passos de ibéricos como o português Fernando Pessoa ou os catalães Ignasi Ribera i Rovira e Joan Maragall”. Ian Gibson defende neste livro “a epifania de uma florescente República Federal Ibérica, cuja missão é superar as tentações da independência, promover todas as línguas, culturas e idiossincrasias peninsulares e estabelecer uma relação cada vez mais intensa e fecunda com a América Latina e a Europa” .
A obra de Ian Gibson (Dublin, 1939) é ampla. O hispanista é conhecido internacionalmente pelas suas incríveis biografias de Federico García Lorca, Salvador Dalí, Antonio Machado e Luis Buñuel. Instalou-se em Madrid com a sua família em 1978 e em 1984 foi lhe dada, pelo Governo de Felipe González, a nacionalidade espanhola. Entre os seus muitos ensaios publicados figuram “Em busca de José Antonio” (1980), “A noite que mataram a Calvo Sotelo” (1982), “Paracuellos, como foi” (1983) ou “Aventuras Ibéricas” (2017), e os romances “Vento do Sul” (2001), “Eu, Rubén Darío” (2003) e “A berlina de Prim” (2012).