Portugal continental fica fora do corredor turístico britânico e como tal, todos os que cheguem ao Reino Unido vindos de terras lusas terão que fazer quarentena. Já quem chegue de Espanha, Alemanha, Macau, Itália, Açores ou Madeira terá «via verde» para poder entrar no território sem qualquer tipo de restrições. Esta lista de países seguros foi criada pelo ministério dos Transportes britânico e será revista a cada 15 dias.
É absurdo que um país, o Reino Unido, que tem 28 vezes mais óbitos do que Portugal, devido à #COVIDー19, imponha quarentena a passageiros oriundos de Portugal.
— N Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) July 3, 2020
Esta medida foi contestada veementemente tanto pelo ministro dos negócios estrangeiros, Augusto Santos Silva, como pelo primeiro-ministro, António Costa. O líder da pasta dos assuntos internacionais utilizou as redes sociais para caracterizar tal decisão do executivo de Boris Johnson como absurda já que o Reino Unido tem 28 vezes mais mortes que Portugal e tem, no geral, o maior número de infectados no continente europeu. António Costa também recorreu ao Twitter para reforçar que o Algarve era um local seguro e que poderia ser visitado por todos aqueles que quisessem.
Which is the safest place to stay?
You are welcome to spend a safe holiday in Algarve!#UK #visitportugal pic.twitter.com/2xZzddlzVy— António Costa (@antoniocostapm) July 3, 2020
Algarve sem ingleses
O Reino Unido é o país que mais contribui com turistas e no topo dos destinos de sonho temos o Algarve (63,4% das dormidas do mercado). A região, que tem uma forte comunidade britânica, pode perder 3300 mil milhões e a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) avisa que os portugueses não são suficientes para salvarem o ano. O Turismo do Algarve, num comunicado enviado aos meios de comunicação social, considera que o país está a ser penalizado por não omitir os dados da evolução epidemiológica.
Os portugueses no Reino Unido demonstraram-se destroçados com tal decisão pois já tinham passagens marcadas para voltarem a Portugal e alguns deixaram subentendido que estão dispostos a quebrar a quarentena (o que pode ser feito voando a partir de Espanha ou de um dos aeroportos das ilhas) e a arriscar uma multa de mil libras (1100 euros).