Os ministros das Finanças europeus reuniram-se no CCB, em Belém, para uma Cimeira presencial onde durante dois dias discutiram os planos de recuperação, o crescimento económico e o mecanismo de emissão de CO2. Este encontro presencial, o primeiro em meses, foi louvado por todos os presentes que decidem o destino do dinheiro na Europa.
Desde que a crise pandémica começou na Europa que a economia do velho continente tem regredido com uma queda não vista desde a II Guerra Mundial. Os confinamentos demonstraram a dependência que vários países têm do sector do turismo e cultural, dois dos que mais sentiram os efeitos negativos.
Sobre os planos de recuperação nacionais, que vão ser “injectados” com a bazuca de 750 mil milhões, Portugal espera ver o seu plano aprovado em Junho mas Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão alertou que este processo, que vai nortear os investimentos e as reformas na União Europeia na próxima década, não é simples e que tem um tempo muito próprio, o mesmo não deverá superar os dois meses. Para Dombrovskis os bancos podem e devem ter um papel de decisão numa recuperação bem-sucedida e uniforme.
Recuperação económica e transição verde
Sobre a recuperação económica, o Eurogrupo reunido em Lisboa vê a mesma com “grande optimismo” mas aconselham prudência. Depois dos primeiros meses ainda a serem “vítimas” dos confinamentos, as previsões macroeconómicas da primavera avançam com um crescimento de 4,3% na zona euro e de 4,2% na União, e de 4,4% no ano seguinte. Sobre os apoios a recuperação, e com as moratórias quase a terminarem em Portugal, Bruxelas alerta para uma dependência excessiva dos mesmos e que pode levar a riscos no orçamentos. Mesmo assim, o apoio a retoma na zona Euro deverá continuar tanto este ano como no próximo. Em 2022, a possibilidade de os Estados-membros não cumprirem as metas do défice no Pacto de Estabilidade e Crescimento poderá continuar.
A transição verde (e digital) e o mecanismo das emissões de CO2 também foram discutidas e em Julho vão ser apresentadas as taxas que vão estar aplicáveis às importações dos países que apresentem menos ambições climáticas. Algumas famílias e empresas poderão pagar mais impostos relacionados com o ambiente. O Eurogrupo e o Ecofin também falaram na possibilidade de impostos especiais para grandes empresas.
Os riscos e desafios que as economias europeias vão/estão a enfrentar para uma recuperação económica vão ser debatidos no Cimeira que Portugal vai receber em Junho. Este anúncio foi feito pelo ministro das Finanças português, João Leão, na conferência de imprensa de encerramento das reuniões do Eurogrupo.