Uma das representações zamoranas mais destacadas na Feira de Turismo de Madrid (Fitur) leva o nome de um dos povos, não só, mais bonitos da nossa província senão de toda a península Ibérica, Fermoselle, adjectivo que está implícito no nome. Enche-se a boca e o paladar, os olhos assombram-se e a alma sente prazer diante de tal beleza incomensurável.
Uma vila encarnada com milhares de corações que deixaram a sua marca em cada esquina. Os emigrantes que carregaram a cor da uva pelo mundo, isto no reflexo dos seus olhos. Daquela videira que é mãe e sustento, aquela dourada do sol onde repousa, uma vez transformada em vinho, isto na quietude do silêncio que permeia com o seu aroma a suave atmosfera das suas adegas. Cavernas onde se guarda o bem mais precioso, o ouro em forma de suco que se extrai gota a gota de uma terra fértil e extraordinária.
De Fermoselle, do céu ao subsolo, aromáticos caldos, das asas que dão flores nos seus penhascos frutados. Da obscuridade ao silêncio das suas covas ao sol que explode na retina enchendo o mundo de pétalas e frutos, de aromas que penetram na alma e não se esquece nunca, como no primeiro beijo.
Fermoselle envolve-te num voluptuoso abraço do qual o viajante jamais se conseguirá soltar.
Pedra, história viva de um povoado que conta as suas vivências em cada esquina, em cada rama, em cada parra. Orgulhosa e altiva, sabendo-se a mais galante das belas.
Simplesmente Fermoselle.
Beatriz Recio Pérez