A língua portuguesa, uma força que vem do génio

As novas tecnologias foram o veículo transmissor das inúmeras iniciativas

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260 milhões de falantes, em quatro continentes diferentes, têm em comum um património, filho do latim e irmão do galego, que está de parabéns. A língua portuguesa, a quarta língua mais falada a escala mundial e a mais usada quando nos centramos apenas no hemisfério sul, assinala o seu primeiro Dia Mundial online, com vídeos e outras iniciativas que aproximam os diferentes povos lusofalantes que a partir das janelas das respectivas casas, isto num período da história em que confinamento é a palavra de ordem, comemoram a força do português e da sua comunidade.

De Macau a Portugal, sem esquecer o Brasil (onde o Fado Bicha e Kalaf deram música) ou os PALOP, este dia tem sido vívido ao som das palavras nas suas mais diferentes formas.

O Instituto Português do Oriente (IPOR) compilou centenas de vídeos onde os alunos foram convidados a escolheram qual era a frase em português que mais os tocavam. Já uma iniciativa conjunta do Instituto Camões, da Porto Editora e do Plano Nacional de Leitura (PNL), desafiou os mais jovens a aproveitarem o tempo que tem para colocarem em prática os seus dotes para a escrita e escreverem um conto. Estes trabalhos devem ser entregues até 30 de Janeiro do próximo ano. O anúncio dos vencedores acontecerá a 5 de Maio de 2021, a data em que se assinala pela segunda vez o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Um “justo reconhecimento” para a comunicação global

Destino. Esta é uma palavra bem querida da língua portuguesa e quis o destino que o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa fosse diferente da comemoração com grande pompa e visibilidade que estava a ser pensada desde o anúncio da imposição deste dia, em Novembro de 2019. Só que a pandemia da Covid-19 fez com que o Instituto Camões, que está presente em 70 países e é um dos maiores defensores da língua portuguesa no mundo, opta-se por um formato virtual com testemunhos e concertos que pretendem demonstrar a pluralidade de uma língua que é muito mais do que europeia mas universal.

Das inúmeras figuras lusófonas ligadas a política, desporto e as letras que gravaram mensagens de vídeo para falarem sobre esta data, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, destacou a importância da CPLP (que foi criada enquanto esteve como primeiro-ministro de Portugal) e o “justo reconhecimento de uma língua de comunicação global” que é usada por vários povos de todos os continentes em dinâmicas globais tão diferentes como é a economia, a ciência ou as parcerias internacionais.

Olhos postos no futuro

Fernando Pessoa, um dos grandes autores da língua portuguesa, profetizou (ao lado do padre António Vieira) um “Quinto Império”. Este iria ser baseado na espiritualidade, no amor e no conhecimento. Tudo o que uma língua comum e sustentada pelas suas gentes (em 2050 podemos chegar aos 380 milhões de falantes) traz para o palco internacional. O futuro e o génio. Estes foram dois tópicos abordados por Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa nas intervenções que protagonizaram.

Com os olhos postos no futuro mas relembrando os grandes nomes que celebrizaram esta língua, Camões (Portugal), Craveirinha (Moçambique), Jorge Amado (Brasil), a Helder Proença (Guiné-Bissau), Pepetela (Angola) Germano Almeida (Cabo Verde), Fernando Silvan (Timor-Leste) e Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe) também foram evocados.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) após uma proposta conjunta de todos os países lusófonos que foi apoiada por outros estados, como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.

 

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