Com o orçamento de estado fechado e com a “polémica” da taxa da electricidade ainda a pairar entre os partidos de esquerda, o governo de António Costa anunciou uma subida mínima de sete euros para os funcionários públicos.
Com um salário de 635.07€, o que nos deixa na parte inferior da tabela europeia (ao lado da Espanha), o governo vai com esta nova medida abranger 150 mil trabalhadores, aqueles que se encontram nos patamares mais baixos da administração pública. Poucos, envelhecidos e mal pagos. Este é o retrato dos funcionários públicos portugueses.
Esta proposta governamental foi apresentada aos sindicatos da função pública mas os mesmos dizem que esta subida ainda é insuficiente pois deixa de fora os técnicos superiores. Para a presidente da STE (Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado), Helena Rodrigues, esta é uma proposta inaceitável mas vão apresentar uma contraproposta que permita a recuperação do poder de compra dos funcionários públicos. A possibilidade de greve não é descartada mas, segundo Helena Rodrigues, ainda é “cedo” para equacionar esta forma de luta trabalhista.
Já o governo, na voz da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, já se demonstrou disponível a chegar a um acordo com as frentes sindicais. O impacto no orçamento, que será o primeiro com superavit da história da democracia portuguesa, ainda não é conhecido mas pode ter um impacto de 715 milhões de euros.
As actualizações salariais para os funcionários públicos serão pagas, com efeito retroactivo a contar desde Janeiro, a partir do mês de Março. Em Abril, os aumentos vão abranger os pensionistas com as reformas mais baixas.