Novo presidente da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, destitui primeiro-ministro Aristides Gomes

Crise política leva a recomendações de cuidado

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A Guiné-Bissau tem novo presidente. Umaro Sissoco Embaló, que formou-se na Universidad Complutense de Madrid, tomou posse numa cerimónia simbólica. Esta cerimónia, que ocorreu num hotel em Bissau, ficou marcada pela ausência do Governo, partidos da maioria parlamentar e dos parceiros internacionais.

Desde então o país mergulhou em mais uma crise política que levou a que Sissoco Embalo destitui-se Aristides Gomes, o primeiro-ministro até ao momento. Este foi substituído por Nuno Nabian, o líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Nabian fez parte do governo de coligação liderado do até então chefe do executivo. O Governo recém destituído, que não compareceu a tomada de posse do novo chefe de estado, usou as redes sociais para declarar que as instituições estão a ser alvo de um “golpe de estado” (isto porque os militares estiveram em zonas chave, como a rádio ou algumas sedes ministeriais). Segundo o jornal português Público, a casa de Aristides Gomes foi invadida pelos militares. Esta acção militar foi confirmada pelo próprio presidente Embalo.

O Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um processo de contestação dos resultados eleitorais apresentado pelo candidato apoiado pelo governo, Domingos Simões Pereira. O presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, que tinha recusado o “golpe” e tinha sido empossado como presidente interino da Guiné Bissau, acaba de renunciar ao cargo, alegando razões de “segurança contra a sua pessoa e da sua família”.

Esta pequena crise política no país, que levou a que as últimas eleições tivessem sido impugnadas e os votos recontados, tem levado a que várias organizações internacionais, como a CEDEAO (Comunidade Economia dos Estados da África Ocidental), fazerem recomendações de cuidado. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, aconselhou os cidadãos nacionais que vivem neste país (são cerca de 2.500) para restringirem a sua circulação ao estritamente necessário. A CPLP (Comunidade de Paises de Língua Portuguesa) pede neutralidade aos militares.

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