A volta dos comboios nocturnos Lusitânia (para Madrid) e Sud Expresso (para Hendaye, em França) está cada vez mais difícil, segundo a secretária-geral dos Transportes e Mobilidade, María José Rallo, que falou numa comissão no parlamento espanhol. A governante colocou em causa a competitividade que os comboios nocturnos tem contra a alta velocidade que em poucas horas consegue ligar cidades opostas da península.
Já do lado português, o governo de Lisboa e a CP estão a estudar, em articulação com Espanha, uma nova operação ferroviária internacional (mesmo sem a participação da Renfe) que possa ligar as duas capitais ibéricas ainda antes de 2023 e que seja mais competitivo que o serviço anterior. Nesta data fica concluído o troço de 110 quilómetros entre Évora e Elvas e que vai diminuir o tempo de viagem para apenas 5 horas. O Lusitânia e o Sud Expresso faziam esta mesma viagem em 10 horas e com vários encargos para as duas empresas.
O fim dos comboios nocturnos na península Ibérica vai em contraponto com a ideia defendida pelos governos de França, Alemanha, Áustria e Suíça, que pretendem colocar o projecto «Trans Europ Express 2.0», e assim dar uma nova vida a rede transeuropeia ferroviária, já no fim do ano de 2021.
Actualmente a linha entre Salamanca e Fuentes de Oñoro está a ser electrificada e para além do transporte de mercadorias há uma opção de no futuro se fazer linhas para passageiros para travessias diurnas para Hendaya e Madrid, sendo mais rápidas do que as nocturnas.