Portugal considera poder ser bom mediador entre UE e Reino Unido

Augusto Santos Silva afirma que Portugal compreende bem "a necessidade de equilibrar bem o seu lado marítimo e o seu lado continental"

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Portugal, que assume a presidência rotativa da União Europeia no próximo dia 1 de janeiro, considera-se um bom mediador entre o bloco comunitário e o Reino Unido no processo do Brexit devido à sua histórica relação com os britânicos e à sua condição de país atlântico.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, assegurou, numa entrevista com a EFE, que Portugal vai tentar que a presidência do bloco comunitário seja uma vantagem para as relações com o Reino Unido, independentemente do cenário sobre o Brexit que encontrarem em janeiro.

“Portugal pode ser um bom mediador na relação entre a Europa e o Reino Unido. Não devemos esquecer que o tratado mais antigo do mundo é o Tratado de Windsor, que em finais do século XIV selou a relação entre Portugal e Inglaterra”, disse o ministro.

Também porque Portugal é “um país europeu, atlântico, virado para o mar”, ressaltou, e “compreende bem a importância da fachada atlântica para a Europa e a necessidade de equilibrar bem o seu lado marítimo e o seu lado continental”.

Santos Silva recordou que, depois do referendo de 2016, Portugal foi um dos países europeus que expressou “com mais claridade” que lamentava a decisão mas que a respeitava e que considerava que devia haver um acordo para regular a saída de Londres e as futuras relações com Bruxelas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros evitou aventurar se haverá acordo antes de 31 de dezembro, embora “neste momento haja algumas perspetivas” de o poder conseguir, disse na entrevista com a EFE, e relembrou as recentes palavras da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen: “o caminho é estreito, mas existe”.

“Vamos ver, mas temos que estar preparados para qualquer cenário”, assinalou, tanto para um acordo a tempo, que seria “o melhor cenário possível”, como para aplicar as medidas de contingência já aprovadas em caso se não haver entendimento.

“Inclusivamente para um cenário em que possa haver algum acordo mas que ainda exija algum trabalho nos primeiros dias de janeiro. Aqui estaremos nós para fazer o que corresponda à competência da presidência do Conselho”, assegurou.

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