Os pescadores artesanais de Portugal, Espanha e da América latina uniram-se para criar uma nova instituição. A Rede Ibero-americana de Pesca Artesanal de Pequena Escala (RIPAPE), composta por 24 organizações de pequenos pescadores, tem como objetivo garantir uma pesca mais sustentável tanto a nível ambiental como social. A crise climática, a perda da biodiversidade e a crise eco social são alguns dos problemas ambientais que os pescadores e as comunidades enfrentam.
A pesca excessiva e as más práticas podem colocar em perigo os fragilizados recursos marinhos. Este é um setor ainda bastante fechado tanto nas questões de género como geracionais, já que a maioria dos pescadores têm mais de 40 anos. A pesca é vista como um setor determinante tanto para a alimentação como para a economia. Esta é uma arte a modernizar mas que oferece um mãe de oportunidades. Em 2020, o setor das conservas de peixe em Portugal exportou mais 13,8% do que no ano anterior.
A RIPAPE foi criada em Cádiz e na cerimónia de criação estiveram presentes, entre outros, as secretárias de Estado das Pescas de Portugal (Teresa Coelho) e de Espanha (Alicia Villauriz). Esta oficialização aconteceu no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Pesca e da Aquicultura Artesanais (AIPAA). O grupo pretende reforçar a capacidade institucional e trocar experiências adquiridas ao longo dos anos.
Segundo um dos participantes, a QUARPESCA, esta iniciativa pioneira foi criada para representar a pesca artesanal ibero-americana nos fóruns internacionais. Os portugueses são os europeus que mais comem peixe, já os espanhóis são os que mais o pescam.