A linha de alta velocidade em Portugal não deverá ser feita em bitola europeia. Se o troço Madrid-Lisboa, do lado espanhol, vai ser construído com uma bitola europeia (como a que podemos encontrar em França), o Governo da AD vai seguir as linhas deixadas por António Costa e apostar na bitola ibérica para a linha Porto-Lisboa e, futuramente, a Porto-Vigo. Para que os comboios possam andar em bitolas diferentes sem terem que parar a marcha serão instalados aparelhos. O da linha Lisboa-Madrid vai ficar em Plasencia. Bruxelas lembra que Portugal terá que usar a bitola europeia depois de Espanha o fazer.
Segundo o ministro das Infraestruturas de Luís Montenegro, esta opção não inviabiliza que no futuro possa haver uma migração para a bitola europeia. Miguel Pinto Luz, ministro com esta pasta, aponta para 2032 a conclusão do traçado de TGV que vai ligar Lisboa-Porto.
O Governo de Madrid pretende que o traçado que liga a capital espanhola a portuguesa esteja pronto até 2030, a tempo do Mundial 2030 que vão receber com Marrocos. Existe a possibilidade de levar o TGV até Trás-os-montes. As estações que vão receber o TGV nas cidades do Porto e de Gaia vão ser assinadas pelo arquiteto Souto Moura e a acompanhar a alta velocidade o rio Douro deverá ser ligado por duas novas pontes. Esta questão deverá estar resolvida até 2026. No caso de Lisboa, Montenegro já tinha anunciado o novo aeroporto Luís Vaz de Camões, o TGV para Madrid (que ficará a apenas três horas) e uma nova ponte sobre o Tejo.
Os peritos em ferrovia contestam esta política de mudança de bitolas que quando acontecer pode levar a interrupção do tráfego durante meses e questionam porque não se fazer em bitola europeia e uniformizar desta forma o transporte ferroviário em todo o continente. Tanto o Governo de Lisboa como a IP (Infraestruturas de Portugal) garantem que qualquer mudança no TGV tem de cumprir caderno de encargos.