Aumentam as interações de navios portugueses e espanhóis com as orcas ibéricas

O aumento destes encontros pode ser explicado pelo comportamento deste animal que está em vias de extinção

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Vários navios, na costa de Portugal e de Espanha, estão a ser atacadas por orcas. Estas costumam viajar em grupo mas também podem ser encontradas solitariamente. Estes ataques aumentaram a partir de 2020 e apenas este ano foram registados 48 encontros entre as orcas e os barcos. Os encontros acontecem num percurso que vai desde Gibraltar até ao norte da península ibérica.

Estas interações tem acontecido em qualquer lado, inclusive perto de Sesimbra. Aqui um dos barcos foi obrigado a ligar o motor e sair de perto da orca fazendo marcha atrás. Muitos dos pescadores têm relatado as suas experiencias junto destes majestosos animais. Em relação aos barcos abalroados por estes animais, as embarcações tiveram perdas materiais mas as tripulações foram todas salvas pelas forças portuguesas e espanholas.

Nenhum dos comportamentos dos animais junto aos humanos pode ser considerado agressivo. Em todas as ocasiões os animais permaneceram calmos, parecendo que queriam brincar com os barcos que encontravam. Muitas das orcas que têm participado nestes avistamentos são jovens e como tal incrivelmente curiosas. No caso das orcas adultas, as mesmas só atacariam se tivessem tido uma experiencia traumática anterior com um barco.

O aumento destes encontros, que continuam a ser raros,  pode ser explicado pelo ciclo que estes animais têm. Para ser possível mapear o percurso feito por estes animais, os mesmos estão a começar a ser marcados. Desta forma vão poder ser acompanhados por satélite e os dados serão transmitidos aos navegadores que costumam percorrer as costas de Portugal e de Espanha.

As orcas ibéricas são uma espécie em vias de extinção com um tamanho que vai dos cinco aos seis metros e alimentam-se do atum rabilho que costumam pescar no Estreito de Gibraltar. Junto ao estreito costumam ficar durante o período da primavera e do verão. No outono, continuam a sua rota em direção à costa de Portugal e da Galiza, e no inverno voltam às águas do norte da Península.

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