Aviões espanhóis juntam-se ao combate ao incêndio que está a lavrar e a colocar em causa o jardim que é a Madeira

O envio da força espanhola foi feito após um pedido de ajuda por parte do Governo Regional da Madeira ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil

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Ao nono dia do incêndio que lavra na ilha da Madeira, e que já é visto a partir do espaço pelo satélite europeu Copernicus, o combate foi reforçado com dois meios vindos de Espanha. Os aviões voaram a partir de Málaga. É habitual ver equipas de um país a ajudar combater incêndios no país do lado. Antes do início deste incêndio tinha sido anunciado que o continente ia mandar especialistas em combate a incêndios para o Brasil, mais precisamente para a zona do Pantanal.

A ajudar uma equipa mista de bombeiros da Madeira, continente e dos Açores estarão nos céus do «jardim do Atlântico» dois aviões Canadair. Estes têm capacidade para lançar mais de seis mil litros de água em cada descarga que fazem. Isto em pouco mais de 12 segundos. Esta é uma capacidade seis vezes superior à do helicóptero disponível na Madeira. Estes aviões, se necessário, também podem aterrar no mar. A chegada dos dois aviões espanhóis deu-se depois da ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil por parte do Governo Regional da Madeira. Estes aviões já começaram a operar em Porto Santo.

Algumas das críticas que estão a ser feitas residem no atraso com que se começou o combate e a falta de meios que a ilha tinha disponível. Quando o incêndio, que atualmente tem duas frentes activas (algumas em zonas escarpadas), terminar vai se começar a pedir responsabilidades. Talvez mesmo políticas (Miguel Albuquerque suspendeu as férias para ver o que estava a acontecer). A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.

O incêndio na Madeira tem sido de difícil combate devido ao terreno sinuoso mas as perdas não têm sido tão grandes como as do continente em parte graças ao terrenos cultivados que têm travado o caminho das chamas. O incêndio começou nas serras da Ribeira Brava e já chegou a Ponta do Sol, mesmo no centro da ilha. Como estamos a falar de uma zona bastante montanhosa e acidentada parte deste combate apenas pode ser feito a pé. Os populares estão mesmo a ensinar caminhos aos bombeiros para poderem chegar às zonas mais remotas.

O medo da falta de água existe, tanto junto dos populares como das autoridades, que tentam combater, como podem, um incêndio que tem colocado em perigo um dos maiores tesouros da Madeira, a floresta de Laurissilva. A queda de pedras e os turistas, que estão a ir para os percursos pedestres mesmo não sendo permitido, também estão a preocupar as autoridades. Esta floresta húmida, habitual da Macaronésia, já ardeu mas o seu «coração» mantém-se. Algumas das flores que aqui estão são espécies que ainda não estão totalmente estudadas.

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