Meses após um não encontro que deu muito que falar, Marcelo Rebelo de Sousa e Jair Bolsonaro estiveram presentes num mesmo lugar devido às celebrações do bicentenário da independência do Brasil. O presidente português, tal como outros chefes de estado de nações da CPLP, estiveram presentes nas cerimónias oficiais que neste dia 7 de setembro marcaram o Grito do Ipiranga.
Para além de Rebelo de Sousa e do coração de D. Pedro IV (I do Brasil), a larga comitiva lusitana foi encerrada por Augusto Santos Silva. A ida do coração é vista, em todo o mundo, como um gesto simbólico único. Ainda antes do desfile em Brasília, onde participaram civis e militares, os dois presidentes tiveram um encontro bilateral. A reunião, que aconteceu no Palácio do Itamaraty, começou com uma hora de atraso.
O presidente português considera que as relações entre os dois países são «excecionais» e que não teme que a sua presença no desfile pudesse de alguma interferir na campanha em curso. Durante o desfile, onde 26 mil pessoas estiveram presentes nas bancadas, foi possível ouvir gritos a favor de Bolsonaro. Neste encontro, que durou cerca de 20 minutos, Rebelo de Sousa deu uma pequena aula de história onde explicou a história e a vida do monarca que tem os ossos no Brasil (em São Paulo) e o coração em Portugal.
Após este desfile, Marcelo encontrou-se com a comunidade portuguesa e jantou com o presidente do Senado do Brasil, Rodrigo Pacheco. As comunidades de imigrantes nos dois países é muito vasta, mas muitos continuam a queixar-se de casos de xenofobia (como aconteceu com estudantes na Faculdade de Direito de Lisboa ou as piadas de portugueses que se contam no Brasil). 250 mil brasileiros vivem em Portugal. Numa sondagem feita nos dois lados do atlântico, apenas metade da população sabia a quantidade certa de anos que o Brasil comemora como nação independente.
O programa das comemorações também passa pelo Rio de Janeiro e por Portugal, onde vão acontecer um largo conjunto de atividades.
